Procon fecha 2ª unidade de rede de academias que deixou alunos na mão na Capital
Desde o dia 10, alunos enfrentam sumiço e cobrança indevida; donos devem R$ 87 mil em aluguel de equipamentos

Os alunos da rede da rede Big Gym enfrentam outro fechamento de unidade em Campo Grande. Desta vez, a academia localizada na Avenida Mascarenhas de Moraes foi interditada pelo Procon/MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor) por risco à saúde e segurança dos consumidores. A única ainda aberta é das Moreninhas.
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A rede de academias Big Gym enfrenta nova crise com o fechamento da unidade localizada na Avenida Mascarenhas de Moraes, em Campo Grande. O Procon/MS interditou o estabelecimento, e os equipamentos foram transferidos para outra empresa, que não assumirá os contratos vigentes dos alunos. Os clientes foram informados por mensagem sobre o encerramento das atividades e receberam a proposta de pagar uma taxa de adesão de R$ 119,90 para continuar frequentando o local sob nova administração. A situação se soma ao recente fechamento de outra unidade da rede na Avenida Eduardo Elias Zahran, ocorrido em 10 de setembro.
"Esta unidade também não possuía ou não apresentou dados do responsável técnico com registro no CREF (Conselho Regional de Educação Física), alvarás de localização e funcionamento, certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros Militar e precificação ou tabela de valores dos planos. Havia ainda no local um estagiário sem registro supervisionando cerca de 12 alunos", justificou o Procon em nota.
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Há dois processos contra a Big Gym na Justiça de Mato Grosso do Sul, ambos deste ano. Um cobra R$ 64.899,30 e outro R$ 21.504,00 por dívida com a locação de equipamentos.
Segundo uma aluna, que preferiu não se identificar, os clientes receberam mensagens na segunda-feira (22) informando que as atividades da unidade haviam sido encerradas. Mas no comunicado, o texto acrescentou que “todos os planos vigentes serão mantidos normalmente”, sob nova direção. Porém, para formalizar a continuidade seria necessário o pagamento de uma adesão "simbólica" de R$ 119,90 à nova empresa.
“A realidade é que eles estão quebrados financeiramente e querem, o quanto antes, trocar a fachada para esse novo nome, mas não têm recursos. A maioria tem plano anual que vence só no ano que vem e, se não pagar essa taxa, não pode continuar”, relatou a cliente.
A mesma aluna contou que os clientes que não pagaram a taxa começaram a ser barrados na entrada nesta semana, apesar da mensalidade do mês ainda não ter vencido. O Procon/MS recebeu diversas reclamações sobre a cobrança da taxa, esteve no local realizando fiscalização na última quarta-feira (24), e suspendeu as atividades da Big Gym na Avenida Mascarenhas de Moraes, mas por questões de segurança.
Para o Campo Grande News, o Procon esclareceu ainda que no local os fiscais foram informados por funcionários de que a estrutura havia sido vendida, mas que a taxa adicional de matrícula que está sendo cobrada aos clientes, sem que os contratos anteriores fossem encerrados, indica prática abusiva.
O órgão ainda informa que foi emitido um auto de infração, e a empresa terá um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa ao Procon. Em casos de rescisão unilateral do contrato, o órgão orienta que os clientes podem incorrer em restituição de valores eventualmente antecipados.
"Não ocorrendo acordo com a empresa, é possível recorrer à esfera administrativa, por meio do registro de uma reclamação nos canais de atendimento presencial ou digital do Procon Mato Grosso do Sul, em busca de uma conciliação", disse o órgão.
O Procon relembrou ainda que todos os fornecedores de produtos ou serviços devem ofertar toda informação de forma prévia, precisa, adequada e clara, seja na oferta, na mudança contratual ou na execução de uma atividade.
Nova academia - A empresa que assumiu os equipamentos da unidade informou que não tem responsabilidade sobre os contratos firmados com os clientes da Big Gym. Segundo a nota, houve apenas o “arrendamento de imóvel com equipamentos e mobiliário”, firmado em 25 de agosto deste ano.
“O arrendamento não transfere personalidade jurídica, contratos, passivos ou obrigações da empresa arrendante. Apenas garante ao arrendatário o direito de uso da estrutura física e dos bens móveis descritos”, explicou o responsável.
Na noite desta quarta-feira, as proprietárias da rede publicaram um vídeo para falar sobre o fechamento da unidade da Avenida Eduardo Elias Zahran, ocorrido em 10 de setembro. “De fato, a Big Gym da Zahran está passando por uma reformulação devido a algumas dificuldades administrativas anteriores, mas é uma fase a ser superada. Nenhum cliente, fornecedor ou colaborador será prejudicado; pelo contrário, estamos aqui para organizar e honrar todos os compromissos”, afirmaram.

Ainda no vídeo, elas disseram que cada caso será tratado individualmente e disponibilizaram o número (67) 99872-7182 para informações. No entanto, ao entrar em contato, a resposta automática informa que a rede passa por uma “readequação interna” e que o retorno pode demorar mais que o habitual.
O atual dono, no entanto, nega relação com os antigos proprietários.
[ * ] Matéria alterada às 19h18 para acréscimo de conteúdo.
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