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Capital

Propagador de doença, pombos burlam paliativo e moram em posto de saúde

MPE pede providências e abriu inquérito civil sobre problemas no CRS

Aline dos Santos e Guilherme Henri | 27/06/2017 13:17
Pombos fazem morada em posto de saúde do bairro Aero Rancho. (Foto: Marcos Ermínio)
Pombos fazem morada em posto de saúde do bairro Aero Rancho. (Foto: Marcos Ermínio)

Transmissor de várias doenças, os pombos fazem morada no CRS (Centro Regional de Saúde) João Pereira da Rosa, no bairro Aero Rancho, mais populoso de Campo Grande. Enquanto a prefeitura recorre a paliativos e o MPE (Ministério Público Estadual) pede providências, os pacientes reclamam de conviver com os “ratos de asas”.

“Além de não ter médico por causa da greve, tem que dividir espaço com os pombos. Isso aqui é vergonhoso”, reclama o servente de pedreiro Hércules Alves Ramos, 29 anos.

Cleuza de Souza, 57 anos, conta que vai ao posto de saúde a cada três meses e sempre testemunha a mesma situação. “Os pombos não saem daqui”, diz.

A faxineira Maria Leuza, 60 anos, lembra o contrassenso de ter pombos num posto de saúde. “A gente fica preocupada em pegar outra doença por conta da presença dos pombos”, afirma. No local, foram instaladas telas, mas elas não impedem o acesso das aves.

Os pombos urbanos são considerados “ratos com asas” por transmitir várias doenças. As fezes contêm fungos e bactérias e, depois de secas, liberam partículas que podem transmitir diversas doenças, como meningite e alergias. Ácidas, as fezes estragam madeiras, vigas de telhado, forros, tintas de paredes e de carro.

A promotora Daniela Cristina Guiotti solicitou à à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Público medidas para evitar acesso de pombos ao telhados e aparelhos de ar da unidade de saúde.

Ainda conforme o inquérito civil, foi solicitada vistoria na unidade e informações à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). O procedimento foi aberto para apurar falta/insuficiência de médicos, equipamentos, aparelhos e insumos no posto de saúde.

De acordo com a Sesau, as telas foram instaladas em abril como medida paliativa e não há dinheiro para uma reforma na estrutura do posto. Diante da alta incidência de aves e de pessoas que as alimentam, a secretaria diz que orientou a direção para comunicar quando as telas são rompidas. Desta forma, a equipe de manutenção é acionada para o conserto.

MPE abriu inquérito sobre problemas em unidade de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)
MPE abriu inquérito sobre problemas em unidade de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)
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