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Capital

Quase 2 anos após incêndio no Atacadão, inquérito é encerrado sem apontar causas

Perícia não identificou se houve ação humana ou como o fogo pode ter começado no corredor 4 de atacadista

Silvia Frias e Bruna Marques | 21/04/2022 08:11
Incêndio destruiu atacadista na avenida Duque de Caxias, em setembro de 2020 (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)
Incêndio destruiu atacadista na avenida Duque de Caxias, em setembro de 2020 (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)

Quase dois anos depois do incêndio que destruiu o Atacadão, a Polícia Civil em Campo Grande finalizou inquérito sem apontar responsáveis ou como o fogo começou. Agora, cabe ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) avaliar se a investigação precisará de complemento.

O incêndio aconteceu no dia 13 de setembro de 2020, no Atacadão da avenida Duque de Caxias, que ficou completamente destruído.

A delegada Marília de Brito, da 7º DP (Delegacia de Polícia) disse o inquérito foi relatado na terça-feira (19) e enviado ao MPMS. No relatório, consta que não foi encontrado indicação de “ação humana na ignição do incêndio” ou como teria começado.

A investigação apurou que o fogo começou no corredor 4, na prateleira que estavam substâncias inflamáveis, como querosene, álcool em gel e produtos de limpeza. A perícia não encontrou o objeto de ignição, ou seja, que tenha sido responsável pelo início do incêndio.

“Não que não tenha existido, mas pode ter sido consumido pelo fogo”, disse a delegada. Segundo ela, não se pode afirmar que o incêndio tenha sido espontâneo também, já que não foi identificado a ocorrência de curto-circuito ou outro fator de ignição.

Fumaça era vista a quilômetros, em Campo Grande (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)
Fumaça era vista a quilômetros, em Campo Grande (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)

No decorrer da investigação, a polícia interrogou diversos funcionários e responsáveis pelo Atacadão, mas ninguém viu como o incêndio começou e não havia câmeras de segurança no setor específico.

Segundo a delegada, a investigação apurou que a empresa tinha brigada de incêndio e mantinha regularmente a manutenção dos equipamentos de combate ao fogo. A documentação também estava regularizada.

Marília contou que, em dias anteriores, foi realizada até a testagem da mangueira, que funcionava regularmente. Vídeos analisados mostram que os sprinklers (chuveiro automático, acionado em incêndios) funcionaram.

A delegada diz que houve problema na pressão da mangueira, mas isso pode ter ocorrido durante o manuseio, por conta da tensão dos funcionários no combate ao incêndio.

Incêndio começou na prateleira de produtos inflamáveis (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)
Incêndio começou na prateleira de produtos inflamáveis (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)

Fogo e destruição - O incêndio no atacadista começou por volta das 17h do dia 13 de setembro de 2020, um domingo. Em poucos minutos, as labaredas podiam ser vistas há quilômetros de distância de onde o supermercado fica localizado, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Cerca de 400 mil litros de água foram usados para combater o fogo. Além do Corpo de Bombeiros, caminhões da Infraero e militares prestaram apoio para apagar as chamas. Não sobrou nada e chegou a haver risco de desabamento no local. Vários moradores chegaram a ser levados para hotel, até por conta da densa fumaça durante o fogo.

No dia seguinte, ainda havia focos de incêndio no estoque destruído (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)
No dia seguinte, ainda havia focos de incêndio no estoque destruído (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)

Foram 96 horas de rescaldo para extinguir completamente as chamas. Depois, a empresa precisou retirar os produtos e aplicar medidas para acabar com o cheiro de comida estragada que se espalhou pela vizinhança.

Seis meses depois do incêndio, o Atacadão reabriu as portas.

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