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Capital

Reajuste na tarifa de ônibus vai pesar e usuários vão cortar orçamento

Filipe Prado | 10/11/2014 15:41
Com o reajuste, os usuários pagarão R$ 17,40 a mais por mês  (Foto: Alcides Neto)
Com o reajuste, os usuários pagarão R$ 17,40 a mais por mês (Foto: Alcides Neto)

Os usuários do transporte coletivo de Campo Grande terão um gasto a mais de R$ 17,40 por mês, por conta do aumento da tarifa de ônibus, que passará para R$ 2,99 na quarta-feira (12). Indignados com os serviços prestados, eles alegam que terão prejuízos no orçamento final, precisando cortar até alguns itens básicos, como arroz e leite.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, o reajuste de 10,74%, assinado hoje (10) e publicado nesta terça-feira (11), reflete o aumento nos custos das concessionárias, como pagamento de pessoal, manutenção e o reajuste de 5% no preço do óleo diesel.

A dona de casa Kelly Souza dos Santos, 22 anos, não gostou do aumento. Para ela, mesmo o preço sendo alto, estava bom, mas os R$ 0,29 a mais na passagem farão a diferença no final do mês. “Vai pesar. Praticamente dá para eu comprar dois pacotes de arroz com este dinheiro”, afirmou.

O orçamento mensal de muitos será prejudicado. Um usuário do transporte coletivo, que utilizada ao menos duas vezes o serviço por dia, terá que pagar R$ 17,40 a mais, comparado com o valor pago atualmente, de R$ 2,70. No total, o usuário pagará R$ 179,40 com o transporte coletivo.

Natália Cristina Alves Roris, 30, ficou preocupada com o reajuste. Com dois filhos em casa, o prejuízo da doméstica será nos itens básicos. “Esses R$ 17 vão fazer a diferença. Eu poderia comprar leite e pão para os meus filhos”, assegurou.

Ela ainda ficou indignada com os serviços prestados pelo Consórcio Guaicurus. “É uma benção andar no ônibus”, ironizou a doméstica. Natália sugeriu que o preço da passagem ficasse estabilizado em R$ 2,70 ou diminuísse.

Kelly afirmou que o valor cobrado a mais fará falta no orçamento mensal (Foto: Alcides Neto)
Kelly afirmou que o valor cobrado a mais fará falta no orçamento mensal (Foto: Alcides Neto)

Mas o estudante Antônio César, 22, alegou que o preço cobrado pela passagem pode ser usado para comprar uma moto e até abastecê-la. “Com o dinheiro do passe eu começaria a pagar uma moto e com o valor do reajuste, pagava a gasolina”, calculou.

Outra crítica do estudante é pelo troco de R$ 0,01. “A cada 100 usuários, eles ganham R$ 100. É outra coisa que vamos perder. Além do serviço, que não condiz com o preço”. No entanto, a empresa vai ganhar R$ 100 se não devolver o troco a cada 10 mil usuários.

Reajuste – Pelo contrato de concessão do serviço, a cargo do Consórcio Guaicurus, o reajuste deveria estar em vigor desde 25 de outubro.

No cálculo do novo valor, o combustível representa 25% do custo operacional e a mão de obra 40% Pesou ainda no período aumento de 5% no óleo diesel, que a cada 1% reflete em R$ 0,01 a mais na tarifa.

Independente do valor, as gratuidades seguem mantidas, assim como isenção de 5% do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), que reduz em R$ 1,3 milhões arrecadação mensal.

Segundo o presidente da Agereg, Rudel Trindade, embora a tarifa atual seja de R$ 2,70, a base de cálculo do reajuste foi um pouco maior, R$ 2,7629, que é o valor alcançado sem a isenção do ISSQN, concedida desde novembro de 2013. Na época, foi negociada com as empresas uma redução de mais R$ 0,05, que seria devolvida na revisão tarifária programada para outubro passado. Ou seja, levando em conta esta base de cálculo maior (R$ 2,76%), ao invés de 10,74%, o reajuste será de 8,22%.

Antônio sugeriu comprar uma moto, imaginando uma economia maior (Foto: Alcides Neto)
Antônio sugeriu comprar uma moto, imaginando uma economia maior (Foto: Alcides Neto)
Natália revelou que com o valor cobrado a mais, ela compraria pão e leite para os filhos (Foto: Alcides Neto)
Natália revelou que com o valor cobrado a mais, ela compraria pão e leite para os filhos (Foto: Alcides Neto)
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