Roubos crescem 51% em agosto e conselho cobra ações da polícia
O número de roubos no mês de agosto cresceu 51% em Campo Grande em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). No mês passado foram 375 casos, contra 247 no mesmo período do ano passado, e 216 em 2012. A situação preocupa integrantes do Conselho Comunitário de Segurança que cobram mais repressão policial para reduzir a criminalidade nos bairros.
Segundo o motorista Carlos Henrique Faustino Rosa, 51 anos, presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Jardim Noroeste e imediações, a situação preocupa. Ele cobra algumas medidas de urgência, mas principalmente, a presença de policiais na região. “Têm acontecido vários roubos aqui e por isso, queremos a polícia por perto, com viaturas ou uma base móvel”, explica.
O presidente do Conselho do Jardim Aero Rancho e proximidades, José Arantes de Souza, 44 anos, também reclama da falta de segurança. Ele relata que na região onde vive são comuns relatos de assaltos e pequenos furtos, mas diz que é preciso, antes de mais nada, combater o tráfico. “O tráfico é o principal problema. Os usuários, para alimentarem o vício, acabam cometendo delitos contra o cidadão de bem”, comenta.
A criação de políticas públicas voltadas para a juventude também são fundamentais, reforça Arantes. “Não é só cobrar a polícia, temos que dar mais oportunidades para os jovens que estão se perdendo nas drogas. Ele precisam de algum projeto que os incentive a buscar um caminho melhor. Os pais também têm que ajudar, não basta apenas culpar o governo. As famílias precisam estar mais presentes e parar de transferir a responsabilidade sobre seus filhos ao poder público”, explica.
Viatura trouxe segurança – Por outro lado, na região do Chácara Cachoeira o cenário é outro. Segundo o presidente do Conselho Comunitário de Segurança local, Cláudio PacheAnache, 57 anos, a presença de uma viatura leva tranquilidade às ruas. Ele garante que o número de roubos caiu drasticamente nos últimos meses.
“Temos uma viatura que faz rondas pela região e inibe a ação de criminosos. A situação está longe da ideal, mas já melhorou muito. Antes registrávamos três, quatro assaltos por semana, hoje em dia temos mais ou menos isso em um mês, graças à presença dos policiais. No entanto, como a cidade tem outras demandas e a viatura à vezes se desloca para outras regiões, temos que ficar atentos e cobrar o retorno dos policiais constantemente”, relata.
Dinâmica do crime - O comandante geral da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, coronel Valter Godoy Rojas, afirma que a corporação acompanha de perto as demandas da Capital, mas relata que a criminalidade atua de forma dinâmica. “Se a gente fecha o cerco em determinada área, os bandidos automaticamente procuram outros pontos para agir, por isso, digo que nossa batalha é constante”, explica.
O coronel detalha que o serviço de inteligência da PM usa os dados fornecidos pela Sejups para elaborar as melhores estratégias de confronto. “Estamos com operações específicas que já trouxeram bons resultados em alguns bairros, e vamos levá-las a outras regiões da cidade. Alguns cenários são atípicos, mas os policiais atuam de maneira ostensiva com um banco de dados eficiente, fazendo o possível para garantir o bem-estar do cidadão”, completa.