"Se eu fosse viajar hoje só embarcaria na rodoviária", diz secretário
Embarques para outros estados têm ocorrido até em postos de combustível em Campo Grande
Enquanto o movimento ainda começa a despertar no Terminal Rodoviário de Campo Grande, que voltou neste sábado (25), as viagens interestaduais continuam proibidas, sem data para retorno, mas isso não impede os passageiros que embarcam em pontos clandestinos. Titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Luis Eduardo Costa disse que é praticamente impossível coibir, já que não há barreiras estaduais nas divisas de Mato Grosso do Sul.
"Vai ter o clandestino porque não pode parar aqui. Se eu fosse uma pessoa que vai viajar hoje [para destinos dentro de Mato Grosso do Sul] eu pegaria na rodoviária, que tem segurança, não faz sentido em outro lugar, mas tem gente que arrisca", disse.
Costa afirma que a fiscalização para esses ônibus que chegam de outros estados é do executivo estadual. "Essa fiscalização quem tem que fazer é o estado, não é a gente, eu não sei como é na estrada, não tem uma barreira do estado, pode passar. Hoje não tem uma barreira que impeça isso", explica.
"Esse é um dos problemas, se não está sendo impedido é difícil você fiscalizar, mas como a gente não vai deixar o terminal para interestadual vai diminuir essa carga", avalia. O secretário acredita que a fiscalização se intensifica com a chegada de denúncias. "É muito rápido, não tem como, tem gente que pega às vezes via instagram, mas sempre vai ter o errado", disse.
De acordo com as regras relatadas pelo secretário, quem vai ficar esperando à toa é uma das poucas pessoas vistas nesta manhã próximo ao desembarque. Cleberson Medeiros, 30, era disse que a mãe estava para chegar de Toledo (PR). Ainda assim, as viagens interestaduais estão proibidas de entrarem na rodoviária.
E o estado? - Segundo o diretor de regulação de transportes da Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) Ayrton Rodrigues, a fiscalização é da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) "ou da própria Prefeitura que está recebendo o ônibus".
Ele disse que a Agepan fiscaliza nas estradas. "A própria Prefeitura pode impor suas regras, uma barreira para aferir a temperatura. A ANTT é quem faz a fiscalização de município para município em relação ao transporte irregular", complementou.