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Capital

Secretário quer inclusão de traficante em lista de mais procurados do País

Gerson Palermo estava preso em Campo Grande, foi colocado em prisão domiciliar e fugiu nesta quarta-feira

Marta Ferreira | 23/04/2020 08:57
Gerson Palermo ao lado de PF durante prisão. (Foto: Arquivo)
Gerson Palermo ao lado de PF durante prisão. (Foto: Arquivo)

Mato Grosso do Sul “certamente” vai pedir a inclusão na lista de criminosos mais procurados do País das informações sobre Gerson Palermo, 62 anos, condenado a cem anos de prisão por crimes que vão do tráfico de drogas ao sequestro de um avião para roubar R$ 5 milhões, no ano 2000. Palermo está foragido desde ontem por volta das 20h, depois de ter conseguido prisão domiciliar, autorizado por decisão do desembargador Divoncir Schereiner Maran, no plantão do judiciário no feriado de Tiradentes.

O sumiço foi identificado pela unidade de monitoramento virtual de presos, em razão do rompimento da tornozeleira que era usada por Palermo.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, respondeu positivamente à pergunta do Campo Grande News sobre a inclusão na lista dos procurados do Ministério da Justiça. Disse ainda que diante da fuga, a informação foi amplamente divulgada às forças policiais. “As agências de inteligência trabalham para colher informações que possam levar à captura”, completou.

Não há uma operação específica de captura, segundo apurado, mas o alerta foi dado a todas as corporações policiais. Palermo tem residência em Campo Grande e era visitado por pelo menos 4 familiares no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, na saída para Três Lagoas.

Instado a sobre a decisão judicial que concedeu a prisão domiciliar ao bandido, e acabou permitindo a fuga, o secretário evitou polêmicas. “Foi uma decisão judicial que cabe a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) cumprir, e quando foi revogada o preso já havia fugido”.

Entendimentos diferentes – Palermo conseguiu ir para o regime domiciliar depois de decisão do desembargador Divoncir Schereiner Maran, que estava de plantão no feriado de Tiradentes. Em atendimento a habeas corpus protocolado pela defesa do condenado, ele concedeu liminar, aplicando orientação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre a necessidade de tirar dos presídios aqueles condenados que podem estar em risco para o contágio do novo coronavírus.

No dia seguinte, o desembargador Jonas Hass, que atua na 2ª Câmara Criminal, reverteu a determinação. Ele disse conhecer a orientação do Conselho, mas avaliou que Palermo não poderia ser enquadrado. Argumentou que as penas a cumprir são muito altas, os crimes graves, e não há comprovação das doenças citadas pelos advogados, como hipertensão e diabetes.

O pedido havia sido feito na 1ª Vara da Execução Penal em Campo Grande e a defesa reclamava de não ter sido avaliado pelo juiz Mário José Esbalqueiro. O magistrado, antes mesmo das provocações de representantes dos presos, abriu um procedimento de ofício e concedeu prisão domiciliar, com monitoramento por tornozeleira.

Esbalqueiro deixou de fora os criminosos considerados perigosos ou autores de crimes hediondos, como estupro ou assassinato.

Procura-se – A lista dos bandidos mais procurados do País é elaborada pelo Ministério da Justiça. Hoje, ela tem quatro nomes oriundos de Mato Grosso do Sul, os pistoleiros José Moreira Freires, 46 anos, conhecido como "Zezinho", e Juanil Miranda Lima, 43 anos, alvo da operação Omertà; o ex-policial militar do Mato Grosso do Sul Fabio Costa, chamado de “Pingo” ou “Japonês, chefe do contrabando de cigarros; e ainda Leomar Oliveira Barbosa, 56 anos, apelidado de “Leozinho” e também de “Playboy”, traficante de Ponta Porã.


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