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Capital

Sem repasse da prefeitura, entidade vive dias difíceis e suplica por doações

Thiago de Souza | 03/05/2016 16:40

Mesmo acostumados a viver com dificuldades financeiras, a diretoria da Escola Clínica Santa Terezinha, que atende crianças com deficiência mental, no Bairro Ipiranga, em Campo Grande, diz que atualmente a instituição vive dias mais difíceis que o normal. Com repasses da Prefeitura Municipal atrasados desde janeiro, professores não recebem, água e luz estão em aberto e o jeito é "se virar como pode", e contar com ajuda de colaboradores externos.

A entidade tem 22 anos de existência, atende 76 crianças com algum tipo de distúrbio de compartamento, e segundo o diretor, Donizetti Alves de Oliveira, 57, récem renovou o convênio com o poder municipal, no dia 25 de abril, em solenidade no Centro de Convivência do Idoso Vovó Ziza.

Ainda segundo Oliveira, a resposta da prefeitura é de que o dinheiro será depositado, mas ainda não definiram data.

O valor do repasse mensal para a instituição, segundo o dirigente é de R$ 6.075, mais R$ 8 mil relativos ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

O atraso nos repasses sempre acontece, mas é pior quando há mudança no comando da prefeitura. "O dinheiro acaba chegando, mas fica muito tempo sem repasse e isso prejudica muito", relatou o diretor.

As dificuldades da instiuição aumentam, já que o dinheiro do repasse, principalmente o do Fundeb não pode ser aplicado integralmente no pagamento dos funcionários.

"Tem limite de 60% com a folha. Daí temos que complementar o pagamento com ajuda de outras pessoas", aponta Oliveira.

Segundo um colaborador da instituição, que não quis se identificar, funcionários da Clínica Santa Terezinha, teriam entrado em contato com as pessoas pedindo que antecipassem suas doações, já que poderia faltar comida, inclusive para essa quarta-feira. Porém, o diretor Donizetti, negou que possa faltar comida amanhã, embora admita que a situação é difícil. "O grosso, como arroz e feijão nós temos, por enquanto", informou.

O homem, de 43 anos, que doa alimentos para a entidade, demonstra preocupação com a situação da escola, e acha que é possível se antecipar e resolver problemas que podem ficar mais graves.

"A gente ouve falar em comida estragada em depósito da prefeitura, vencidos, e que deveria estar nas escolas", raciocinou. Ele finaliza dizendo que alí são atendidos alunos de 4 a 48 anos, que precisam muito desse trabalho.

A Prefeitura Municipal, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que são vários os convênios existentes, e que vai verificar a data dos repasses às instituições.

A Associação Escola Clínica Santa Terezinha fica na Rua Beneditinos, 364, na Vila Ipiranga, próximo ao Hospital Universitário. O telefone é: (67) 3346-4080.

Fachada da escola que atende 76 pessoas com deficiência mental. (Foto: reprodução/Facebook)
Fachada da escola que atende 76 pessoas com deficiência mental. (Foto: reprodução/Facebook)
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