ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Capital

Sem taxa de iluminação, Capital corre risco de ficar devendo ‘conta de luz’

Município pretende investir milhões na troca de lâmpadas comuns por LED e fez compromisso com saldo da Cosip

Anahi Zurutuza | 01/09/2016 07:31
Taxa paga a troca de lâmpadas e a ‘conta de energia’ da cidade (Foto: Alcides Neto)
Taxa paga a troca de lâmpadas e a ‘conta de energia’ da cidade (Foto: Alcides Neto)

A "conta não vai fechar" e a Prefeitura corre o risco de ficar sem dinheiro para pagar débitos com a iluminação pública, se a cobrança da Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública) continuar suspensa. Quem afirma isso é o secretário municipal de Planejamento Finanças e Controle, Disney Fernandes.

O problema é que além de ter de arcar com a manutenção dos postes, o município fez compromisso com o dinheiro arrecadado dos contribuintes.

O saldo arrecadado com a taxa até maio, era de R$ 53 milhões e o custo com manutenção de iluminação pública da Capital soma, em média, R$ 1,5 milhão. O valor em caixa, portanto, daria para que lâmpadas, postes e fiações fossem trocados, sempre que necessário, por 35 meses, conforme foi demonstrado pelo Legislativo municipal para justificar a aprovação da suspensão da Cosip.

O secretário contesta os números apresentados, divulgando dados que antes eram “mantidos a sete chaves”. Segundo Disney, o município desembolsa cerca de R$ 4 milhões mensais para manter todos os postes da cidade acesos – R$ 1,5 milhão com os consertos e mais R$ 2,5 milhões para pagar a conta de energia.

Levando em consideração os números dados pelo titular a Seplanfic, até o dia 25 e janeiro, caso a taxa continua deixando de ser descontada nas contas de luz dos imóveis da Capital, do saldo de R$ 53 milhões, teriam de ser descontados R$ 24 milhões. “A consequência desta suspensão é muito séria para a administração deste tipo de serviço”, afirma.

Prefeitura pretende substituir lâmpadas atuais por LED (Foto: Alcides Neto)
Prefeitura pretende substituir lâmpadas atuais por LED (Foto: Alcides Neto)

Dívida – Dos recursos em caixa, a prefeitura prevê ainda gastar alguns milhões com a compra de lâmpadas de LED para substituírem os focos de luz comuns usados atualmente na Capital.

A administração municipal anunciou ontem (31) no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) sua adesão à ata de uma licitação de registros de preços por pregão presencial realizada pela AMMESF (Associação dos Municípios da Bacia Média do São Francisco), que reúne cidades por onde corre o Rio São Francisco.

A empresa vencedora, Solar Distribuição e Transmissão, fornecerá e instalará as lâmpadas mais modernas a um custo de R$ 33,8 milhões para os municípios que aderiram ao pregão, caso da capital sul-mato-grossense, distante centenas de quilômetros do rio que corta Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.

Poupança – O secretário não soube precisar o quanto será empenhado na primeira compra das novas lâmpadas e nem em quais regiões da cidade receberão os primeiros investimentos.

Contudo, segundo Disney, para modernizar a iluminação de toda a cidade, o município prevê gastar ao menos R$ 100 milhões. “Por isso, não estamos no momento de reduzir a cobrança”, justificou.

Disney alega ainda que a prefeitura estava fazendo uma poupança com a sobra da Cosip – são arrecadados cerca de R$ 6 milhões por mês e o superávit é de R$ 2 milhões portanto.

“O saldo não seria usado para outra coisa que não investir em melhorias que no futuro gerariam economia. A gente estima que daqui uns dois anos, seria possível fazer a redução. Com a iluminação mais moderna, o gasto [a conta de luz] cairia pela metade e o custo da manutenção seria quase zero. Cada lâmpada dessa [de LED] tem validade de cinco anos”, detalhou.

Sem taxa de iluminação, Capital corre risco de ficar devendo ‘conta de luz’

Justiça – O procurador-geral do município, Denir de Souza Nantes, informou que vai recorrer - se necessário, em instâncias superiores - da decisão do Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar pleiteando a manutenção da taxa de iluminação.

Na sessão da tarde desta quarta-feira (31), a maioria dos desembargadores votou por negar o pedido liminar da Prefeitura que ingressou, no dia 28 de julho, com Adi (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a Câmara Municipal para derrubar a lei que suspendeu a cobrança.

A lei complementar 285/2016, que entrou em vigor no dia 25 de julho e é de autoria dos vereadores Edil Albuquerque (PTB), Ademar Vieira Junior, o Coringa do PSD, e Marcos Alex Azevedo, o Alex do PT, prevê a suspensão da cobrança da taxa por 180 dias.

Se antes de 25 de janeiro, desembargadores ou outras instância da Justiça não reverterem a decisão do Órgão Especial do TJ, campo-grandenses ficam livres da Cosip por mais cinco meses.

Nos siga no Google Notícias