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Capital

Sexta tem clima de despedida da escola e elogios a tarefa em casa

Nesta sexta (20) alunos da rede estadual finalizavam últimas pendências antes de começar quarentena em casa

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 20/03/2020 08:05
Despedida temporária é também comprometimento de seguir aulas online à risca (Foto: Henrique Kawaminami)
Despedida temporária é também comprometimento de seguir aulas online à risca (Foto: Henrique Kawaminami)


Emails, vídeos, certeza de que, no final, a nota será cobrada. As tarefas para os alunos da rede estadual começam a chegar, esforço dos docentes criativos na hora de passar conteúdo, já que segunda-feira (23) começa oficialmente a quarentena decretada pelo governo estadual. Entre eles, as aulas à distância são só elogios, porque apesar da juventude, demonstraram preocupação com a disseminação do novo coronavírus.

Mesmo com o “passe livre” para ficar em casa, os rolês com colegas ficam sob a vigilância dos pais que temem o coronavírus (com 8 casos em Campo Grande e 1 em Sidrolândia), e há entre os alunos, nesta sexta-feira (20) um clima de despedida.

"Mesmo temporário, a sexta é de adeus à escola, medida que será teste de responsabilidade para esses adolescentes que logo deixam as escolas rumo ao ensino superior ou ao mercado de trabalho.

Estamos no terceiro ano, esse ano a gente faz Enem, tem vestibular, não pode ficar sem ter o que estudar", comentou Dara (Foto: Henrique Kawaminami)
Estamos no terceiro ano, esse ano a gente faz Enem, tem vestibular, não pode ficar sem ter o que estudar", comentou Dara (Foto: Henrique Kawaminami)

Dara Letícia de Lima, 17, está no último ano do ensino médio. Para ela, os conteúdos online são necessários para “não perder nada” tendo em vista que o vestibular está quase aí. “Estamos no terceiro ano, esse ano a gente faz Enem, tem vestibular, não pode ficar sem ter o que estudar”, comentou.

Ela afirma que os professores já começaram a passar conteúdo e tarefas. Em uma das disciplinas, o professor até enviou vídeo com explicação do conteúdo. Alunos, professores, coordenadores e diretores também estão se organizando em grupos pelo aplicativo whatsapp, tecnólogo auxiliando em tempos de crise.

Apesar da quarentena passar a valer apenas na próxima segunda, desde quarta-feira (18), disse a estudante, o movimento já é muito baixo. Dara disser ter ido até a escola nesta manhã apenas para entregar um documento da formatura. “O movimento está fraco, agora vou ficar em isolamento em casa”, disse.


Uniforme, mesmo que seja apenas para ir até a escola buscar documentos (Foto: Henrique Kawaminami)
Uniforme, mesmo que seja apenas para ir até a escola buscar documentos (Foto: Henrique Kawaminami)


“Não achei ruim não, não vamos ficar sem conteúdo. Não é a mesma coisa do que vir para a escola, a gente não aprende tanto quanto aqui na escola”, disse Josiane Priscila Aguiar, 15, que estuda no primeiro ano do ensino médio. A estudante já está com as aulas programadas e disse “se comprometer a cumprir com todo o conteúdo”.

“Vai valer nota, tem que fazer se não prejudica a gente. Alguns passaram trabalhos para serem entregues na volta, outros estão se organizando por email, depois serão todos corrigidos. Desde quarta caiu muito muito o movimento", disse, ao citar que estuda em sala com 36 alunos matriculados. “Vou aproveitar esse tempo para terminar de ler um livro”, comentou.

Para o estudante Vitor Emanuel, 16, já no terceiro ano do ensino médio, a medida é boa porque assegura a continuidade do aprendizado. “Achei bom porque independente da paralisação, a gente vai continuar estudando, não vai ficar com matéria acumulada”.

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“Vou fazer”, disse. “Essa suspensão foi positiva porque é um momento de se cuidar. Não tenho que pensar só em mim, tem que pensar nas pessoas”, concluiu o jovem estudante.

Suspensão e regras - A medida afeta aproximadamente 250 mil alunos de 1,7 mil escolas, além de 25 mil professores e funcionários. Por decreto, o calendário escolas ficará suspenso por 15 dias, de 23 de março a 6 de abril. Os próximos dias (de 18 a 20) fica reservado para que a comunidade escola se adapte.

As escolas deverão ficar abertas, em regime de escala, e os alunos vão receber tarefas para executar em casa, para que o calendário escolar não seja prejudicado. Outra medida é a distribuição de merenda nas casas dos alunos no período em que as aulas ficarem suspensas.

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