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Capital

Símbolo da campanha, Bianca vai precisar da ajuda de todos para conseguir mamar

"Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos" é o lema da campanha Agosto Dourado de 2021

Paula Maciulevicius Brasil | 04/08/2021 14:37
Antes de ter alta, Diana com a filha Bianca, de 1 dia, participou da abertura da semana do aleitamento materno. (Foto: Marcos Maluf)
Antes de ter alta, Diana com a filha Bianca, de 1 dia, participou da abertura da semana do aleitamento materno. (Foto: Marcos Maluf)

Se amamentar é um dever e responsabilidade de todos, a pequena Bianca vai precisar de uma rede de apoio para que a mãe Diana siga na amamentação. De alta, a recém-nascida é metade venezuelana metade campo-grandense, que agora será amamentada em casa. Filha da auxiliar de perecíveis Diana Martinez, de 22 anos, a neném nasceu nessa terça-feira (3), pesando 2.900 quilos e medindo 47 cm.

Primeira filha da venezuelana Diana, Bianca tem nome de personagem de uma novela vista pela mãe, que está sentindo o desafio que é a amamentação.

"Doeu um pouquinho, mas já, já acostumo. Tenho um pouquinho de dificuldade quando ela começa a mamar, mas eu li que, na verdade, ela tem que mamar para estar com mais saúde, então, acho bom isso", descreve.

No final da manhã desta quarta, a recém-nascida Bianca já estava de alta. (Foto: Arquivo Pessoal)
No final da manhã desta quarta, a recém-nascida Bianca já estava de alta. (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de um parto normal, Diana e Bianca tiveram alta pouco mais de 24h após o nascimento da filha, mas antes de voltar para casa, elas estiveram presentes na solenidade da semana de aleitamento materno no auditório da Maternidade Cândido Mariano representando as mães.

O lema do "Agosto Dourado" deste ano é "Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos".

Presidente da Comissão dos Bancos de Leite do Estado, Vanessa Torres, resume que a principal dificuldade da amamentação está na rede de apoio. "Como o tema fala, é um dever de todos. O apoio é muito importante", enfatiza.

No dia a dia do banco de leite há 10 anos, a presidente da comissão ouve com frequência relato de mães sendo desencorajadas a amamentar. "Tem muito mito em torno da amamentação. Falam que leite substituto é mais fácil, que se a criança não dorme, é o leite, que não vai ganhar peso. Amamentar não é fácil, é um processo de muito acolhimento e que tem que ser muito bem orientado", pontua.

No pré-natal, são pouquíssimas as orientações e o preparo quanto à amamentação, que acaba sendo umas das principais dificuldades da maternidade. "O que falta é fortalecer essa mãe, preparar e orientar desde o pré-natal para ela já vir segura, e saber que precisa de apoio", frisa.

O trabalho funciona de janeiro a janeiro, mas a amamentação acaba só virando pauta mesmo em maio, quando se faz a campanha de doação de leite materno e da amamentação em agosto.

O banco de leite da Maternidade funciona para atendimento externo, ou seja, das mães que não estão mais internadas no hospital das 7h às 17h30 e o telefone de contato é o 3041-4735.

"Pode vir, pode entrar em contato com a gente, procure um banco de leite, o atendimento é gratuito, e a gente vem se renovando, então, se precisar, faz vídeo-chamada", detalha Vanessa.

Secretário de Saúde, Geraldo Resende fala que vai reativar projeto de estruturação de bancos de leite no Estado. (Foto: Marcos Maluf)
Secretário de Saúde, Geraldo Resende fala que vai reativar projeto de estruturação de bancos de leite no Estado. (Foto: Marcos Maluf)

Projetos parados - Na solenidade da semana de aleitamento, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, relembrou que o primeiro banco de leite do Estado foi criado 21 anos atrás, quando ele estava no cargo à época do governo Zeca, por iniciativa do médico pediatra Virgílio Gonçalves de Souza Júnior, que morreu em decorrência da covid em abril deste ano.

"Nós fizemos um trabalho intenso para adotar o banco de leito na maternidade Cândido Mariano e agora queremos revitalizar. Apesar da pandemia, que além de perder vidas preciosas com a do doutor Virgílio e tantos outros profissionais, paralisou os processos que queríamos fazer", comentou.

Como médico obstetra, Geraldo enfatizou que sabe da importância da amamentação e que a secretaria havia feito um cronograma para melhorar os bancos de leites já existentes e construir em outros municípios.

"Veio a pandemia, e agora é a hora de recomeçar. Todos nós da área da saúde sabemos o quanto é importante para a criança a amamentação", frisou.

Hoje, no Estado, existem apenas cinco bancos de leite. Em Campo Grande, na maternidade Cândido Mariano, na Santa Casa, no Hospital Universitário e no Hospital Regional, e em Dourados.

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