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Capital

Sob risco de dengue, Capital vê ruas e terrenos transformados em lixões

Filipe Prado | 10/02/2014 09:07
A Avenida Wilson Paes de Barros está tomada pelo lixo (Foto: Cleber Gellio)
A Avenida Wilson Paes de Barros está tomada pelo lixo (Foto: Cleber Gellio)

Mesmo com coleta de lixo e o risco de uma nova epidemia de dengue, moradores transformam ruas da Capital em lixões. Os campo-grandenses ficam irritados com a situação e medo das doenças que podem ocorrer por conta do excesso de lixo. O poder público também não dá conta da limpeza.

Ruas inteiras foram tomadas pelo lixo, que vão de galhos secos até móveis velhos. Vários pneus foram encontrados pelo chão, objeto que pode ser um foco de dengue. O maior problema é que as pessoas acham a situação normal. “Não concordo com isso, mas me acostumei”, comentou um aposentado, que não quis se identificar, quando passava pela Avenida Wilson Paes de Barros, no Bairro Santa Emília.

Mas nem todos são conformados. A aposentada Zenaide Souza, 47 anos, mora há sete anos no bairro, mas ainda não se acostumou com o "lixão improvisado". “Acho isso um absurdo. O caminhão de lixo passa aqui, mas muitos jogam o lixo ali na rua”, contou

“As pessoas jogam animais mortos aqui, fico um fedor insuportável, além do medo de pegar alguma doença”, completou Zenaide, que mora há uma quadra da avenida.

No Jardim São Conrado a situação é parecida. Na rua Leão Zardo a presença de um lixão também é nítida. O metalúrgico Atanázio Miguel, 57, relatou que os próprios moradores do bairro sujam as ruas, mas ele mesmo da bronca em joga lixo no local. “A população tem que se conscientizar, cuidar da nossa cidade. Cada um tem que fazer a sua parte”.

A presença de entulhos, galhos de árvores e lixos domésticos é mais comum no São Conrado. “Isso pra mim é um relaxismo”, comentou Atanázio.

“Tem que limpar aqui, está muito fedido”, relatou a cozinheira Maria Madalena Freitas, 53, sobre o lixo jogado na rua José Pereira, na Vila Popular. Ela e a família precisaram tapar o nariz para passar próximo ao lixão.

Ela também fica preocupada com as doenças existentes no local. “Aqui tem muito pernilongo e, principalmente, e mosquito da dengue. Muitas pessoas aqui já tiveram a doença, então tenho medo”, afirmou a cozinheira.

Ainda no São Conrado, para acabar com o lixo, alguns moradores acabam colocando fogo no local, como aconteceu ao lado da casa da aposentada Antônia Arcanjo Freitas, 64. “Começou umas 15h30 o fogo, eu acho isso um perigo”, contou.

“Isso tudo é uma porquice, tem o lixeiro que leva o lixo, mas as pessoas jogam no chão”, completou a aposentada. Ela relatou que cobras e caramujos sempre aparecem na casa dela, todos atraídos pelo lixo que as pessoas jogam nas ruas.

Na Leão Zardo está lotada de entulhos (Foto: Marcos Ermínio)
Na Leão Zardo está lotada de entulhos (Foto: Marcos Ermínio)
No Santa Emília os moradores resolveram queimar o lixo que estava em um terreno (Foto: Marcos Ermínio)
No Santa Emília os moradores resolveram queimar o lixo que estava em um terreno (Foto: Marcos Ermínio)

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