"Surpresa”, dizem trabalhadores sobre paralisação do transporte coletivo
Veículos ficaram na garagem até por volta das 6h em protesto por atraso no adiantamento salarial, o "vale"
Os usuários do transporte coletivo foram pegos de surpresa com a paralisação dos motoristas na manhã desta quarta-feira (22). Muitos tiveram que fazer uso do aplicativo de carona e outros insistiram em esperar nas entradas dos terminais que amanheceram fechados. A previsão de saída da frota era a partir das 6h.
RESUMO
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A paralisação surpresa dos motoristas de ônibus em Campo Grande deixou milhares de usuários do transporte coletivo sem alternativas na manhã desta quarta-feira (22). Os terminais amanheceram fechados, e a frota, que deveria começar a circular às 6h, não saiu às ruas. Trabalhadores relataram não terem sido avisados previamente sobre a greve, tendo que recorrer a aplicativos de transporte, cujas tarifas estavam elevadas. A paralisação afetou todas as empresas de ônibus da cidade, impactando principalmente pessoas que dependem do serviço para chegar ao trabalho no início da manhã.
Ao Campo Grande News, a secretária Daniela Aparecida da Silva Rodrigues Costa, 46 anos, contou que costuma pegar o ônibus por volta ds 5h20, no entanto, ao chegar no ponto percebeu que o transporte não estava circulando, inclusive, questionou a reportagem depois de alguns minutos esperando.
“Os ônibus estão de greve? Todo mundo ficou esperando e alguns acabaram indo de aplicativo. Outros voltaram para a casa porque estavam sem internet. Fiquei lá e não passou nenhum. O aplicativo está cobrando caríssimo”, relatou a secretária.
Assim como ela, a diarista Cristiane Lopes da Silva, 45 anos, chegou no ponto por volta das 5h20 e esperou por alguns minutos. No entanto, nenhum veículo apareceu. “Os trabalhadores estão todos esperando. Muita falta de respeito. Nada de ônibus.
No Terminal Guaicurus, os trabalhadores esperaram do lado de fora, já que o local estava trancado. Assim como no Terminal Júlio de Castilho e Morenão que estavam completamente vazios do lado de dentro.
“Fiquei sabendo só agora que você falou da paralisação. Cheguei no ponto porque não sabia. Normalmente avisam antes, mas não vi nada dessa vez. Eu tinha que entrar no serviço Às 7h, mas sem ônibus, não vou chegar. Vou ligar para a minha chefe para ver o que eu faço”, afirmou a cozinheira Tereza da Silva, 57 anos.
Já a cozinheira Marli Campos, 50 anos, ficou sabendo porque o esposo avisou. “Ele viu no grupo do serviço. Eu ia pegar o ônibus 5h20, mas como não passou, vou voltar para casa e pedir carro por aplicativo, mas sei que vai estar super caro”, alegou.
Um dos motoristas falou com a reportagem, também foi pego de surpresa e descobriu a paralisação quando chegou no ponto na região do Bairro Mario Covas. “Até eu fui pego de surpresa. São todas as empresas que aderiram. Não tem ônibus rodando em Campo Grande”, relatou.
Os veículos saíram da garagem e começaram a circular para fazer o transporte de passageiros a partir dos terminais por volta das 6h. NO entanto, nos pontos espalhados pelos bairros ainda não há nenhum sinal de ônibus.
O auxiliar de pedreiro Marcio Bispo, 52 anos, também ficou sabendo da paralisação ao chegar no Terminal General Osório. "Eu cheguei aqui e estava tudo parado. Outro passageiro que me avisou. Tinha que ter falado para a gente se preparar. Tá errado pegar a gente de surpresa desse jeito", disse.
Marida das Chagas, 47 anos, estava voltando para casa. Ela trabalha como repositora no período noturno e pediu um carro de aplicativo para chegar até o terminal, porém, acabou parada no local. "Eles estão certos em fazer paralisação", pontuou.
Paralisação - Ao Campo Grande News, o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, afirmou que o movimento é referente ao atraso do pagamento do adiantamento salarial, previsto para o último dia 20, mas que ainda não ocorreu. Segundo ele, o Consórcio Guaicurus respondeu que não havia previsão de pagamento. "Caso não saia o dinheiro, segunda-feira vamos parar", ameaçou.
A reportagem tenta contato com o Consórcio Guaicurus, mas ninguém atende os telefonemas e nem responde as mensagens.
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