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Capital

Suspeito usava cartões virtuais clonados para aplicar golpe em joalherias

Preso, o Victor Rodrigues assumiu casos. Em um levou mais de R$ 13 mil em joias

Geisy Garnes | 19/05/2021 10:43
Peça de ouro vendida em uma das lojas vítima do golpe (Foto: Redes Sociais)
Peça de ouro vendida em uma das lojas vítima do golpe (Foto: Redes Sociais)

Policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) prenderam nesta terça-feira (18) jovem de 28 anos apontado como autor de golpes a joalherias de Campo Grande. Victor Rodrigues de Lima Laurêncio comprava dados de moradores de outros estados, usava as informações para produzir cartões virtuais clonados e assim forjava o pagamento das joias negociadas.

O golpe começou a ser desvendado durante investigações da delegacia especializada sobre o roubo a uma joalheria da cidade. Durante a apuração, no entanto, os investigadores receberam informações sobre o estelionato. O primeiro caso foi registrado ainda em abril, no dia 23, em uma loja da Rua Dom Aquino.

O suspeito entrou em contato por telefone, interessado na compra de uma corrente, uma pulseira masculina e um pingente. Explicou que morava em Goiás, mas havia gostado das peças e tinha como pagar com cartões virtuais. O negócio foi fechado e as joias vendidas pelo valor de R$ 13.468,00 – compra que foi parcelada em 10 vezes.

Na hora do pagamento, o comprador enviou foto de vários cartões, apenas dois deles passaram. Em um foi descontado R$ 7 mil e no outro R$ 6.468,00. Os dados pessoais enviados por ele foram todos conferidos pela loja e nenhuma restrição foi encontrada, por isso, quando a pessoas que ele indicou, um jovem chamado Renato, apareceu no estabelecimento para buscas as joias, as funcionárias não viram problema em entregar a compra.

Mais tarde, ao lançar a venda no sistema, o proprietário do local estranhou a forma de pagamento e pediu para a vendedora conferir os depósitos com a empresa da máquina de cartões. Descobriram então que os cartões eram clonados, que o valor havia sido bloqueado e devolvido para os verdadeiros donos, que nunca negociaram com a loja.

O caso foi denunciado a polícia, mas para a surpresa dos funcionários o homem voltou a fazer contato com a loja no dia seguinte, com intenção de uma nova compra, o que foi negado. Por telefone, ele ficou nervoso e chegou a ameaçar ir ao local, mas não apareceu. Dias depois procurou novamente as vendedoras, desta vez se apresentando como uma mulher, mas com o mesmo número de telefone. Mais uma vez, a negociação foi recusada.

Com essas informações sobre o caso, os policiais visitaram outros estabelecimentos do centro e alertaram os funcionários sobre o golpe. Na manhã de ontem, outra loja do Centro recebeu a ligação do golpista. Desta vez, ele se apresentou como Raimundo, explicou que estava em Minas Gerais e precisava comprar um presente para o pai. Entre as peças, escolheu uma corrente e um pingente que somavam R$ 9.472,00.

Durante a negociação, o comprador pediu para pagar de forma virtual e a gerente do local lembrou do alerta dos policiais. Resolveu terminar a venda para ajudar nas investigações, aceitou os cartões clonados, confirmou o pagamento com dados errados e pediu para o suspeito enviar os documentos de quem iria buscas as peças escolhidas para ele.

O RG enviado foi o do Victor e assim que recebeu as informações, a gerente avisou a polícia. O rapaz buscava as joias quando foi abordado pelos investigadores da especializada e confessou os crimes. Em depoimento detalhou ter comprado os dados usados no cartão de um contato de São Paulo pelo valor de R$ 100. Explicou que conhecidos de Minas Gerais indicaram o suspeito e que só pagaria pelas informações quando conseguisse usar os cartões.

Contou ainda que é de Goiás e está em Mato Grosso do Sul há dois meses, mas já cumpriu pena por estelionato em presídio de Goiânia por 4 meses. Não relevou o nome dos comparsas, nem o que fez com as joias que levou no primeiro golpe.

Agora a polícia investiga a participação de Victor em outros casos. “Estamos cruzando as informações para ver se os outros golpes também podem ser atribuídos a eles”, relevou o delegado Reginaldo Salomão, titular da delegacia especializada.

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