Tempo chuvoso não é problema para encenação da Paixão, afirmam atores
Peça é encenada nesta sexta-feira por jovens da igreja Católica das Moreninhas
As poças de lama deixadas pela chuva desta tarde vão compor o cenário da Paixão de Cristo, encenada pelos jovens da Igreja Católica das Moreninhas, em Campo Grande. Para os atores, com água ou sem água, a peça seria feita da mesma forma. “Isso é o que menos importa. O mais importante é a gente conseguir tocar em uma pessoa que seja”, afirmou o coordenador da encenação, Juliano Louveiro dos Santos, 27 anos.
A chuva, comum nesta época do ano, também marcou a peça nas edições anteriores, conforme se lembra Juliano. “As pessoas vêm assim mesmo, acompanham mesmo embaixo de chuva”, enfatiza. Ele acrescenta que participam diretamente do teatro aproximadamente 45 pessoas e, de modo indireto, cerca de 60.
Com a trégua da chuva nesta sexta-feira (30), o movimento de fiéis na igreja começa a ficar mais intenso. Antes da apresentação teatral, houve celebração própria da Sexta-feira Santa, com procissão e beijo na cruz. Este é o único dia do ano em que os católicos não celebram missa.
Os atores – No papel de Lúcifer e com maquiagem para “suscitar medo”, Anny Caroliny Oliveira Ferreira, 16 anos, acredita que a chuva foi “um teste de fé” para verificar se as pessoas iriam ou não à igreja. “Mas até nisso Deus mostrou que está do nosso lado. A chuva parou antes da encenação começar”, acredita. Ela completou que os fiéis rezaram para a chuva dar uma trégua.
Maria, a mãe de Jesus, tem apenas 13 anos na encenação das Moreninhas. A jovem atriz é Camila Marassi. “Estou muito ansiosa”, disse. Para interpretar Maria, Camila conta que assistiu a filmes e leu passagens da Bíblia. “Sou chorona, mas vou tentar não chorar”, acrescenta.
O personagem principal, Jesus Cristo, é interpretado pela quarta vez por Fernando Wolf, 19 anos. “Assisti aos filmes 'A Paixão de Cristo' e 'O Filho de Deus'”, contou uma das estratégias usadas para trazer mais realismo para a peça. “Para mim, é muito importante fazer o papel de Jesus. Também é muito difícil. Durante a encenação, muitas pessoas choram. Eu eu me esforço muito para não chorar também”, finaliza.