"Terceira dose é discussão, prioridade é completar esquema vacinal", diz Sesau
José Mauro Filho, titular da Sesau, falou que a ideia da terceira dose é muito mais ansiedade que necessidade
A terceira dose ainda é discussão e por ora, a prioridade da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) é terminar o esquema vacinal de toda população, ou seja, fazer as duas doses ou a dose única, a depender da vacina.
Ao Campo Grande News, o titular da Sesau, José Mauro Filho falou que a ideia da terceira dose é muito mais ansiedade e pressão da população em cima do Ministério da Saúde. "Discutir isso serve muito mais como um posicionamento de pressão do que realmente necessidade", comentou.
O secretário admite que existem vários pontos a serem discutidos em cima da terceira dose para a imunização completa de determinadas vacinas, no entanto, não é algo que na prática deverá se efetivar tão rapidamente.
Calendário anual - A vacina contra a covid vai entrar no calendário anual de imunização do campo-grandense pelo menos pelos próximos cinco anos. "Com outros tipos de gerações mais modernas de vacina, mas é uma doença que haverá sim necessidade de vacinação anual, mas teremos gerações mais atualizadas e com coberturas maiores em cima das variantes", estima o secretário.
O desafio será, na avaliação do titular da Sesau, montar um calendário vacinal já que se fala de um cronograma para praticamente toda a população de Campo Grande.
"Aqui se tem 700 mil doses aplicadas, o que significa que temos que chegar a 2 milhões de doses se fosse para vacinar a população inteira do público elegível. Estamos na metade do caminho e já passamos da metade do ano, ou seja, nós vamos passar o ano inteiro vacinando, e olha que Campo Grande ter permeabilidade, tem uma rede extensa de vacinação", levanta José Mauro.
Com sete polos, contando drive-thru do Airton Senna, Cassems, Albano Franco, UCDB, mais Guanandizão, Seleta e IMPCG, fora as 72 unidades de saúde, o secretário se vangloria da rede, e diz que se tivesse vacina o suficiente, poderia vacinar o máximo de pessoas possível.
"Temos grande capacidade, podemos vacinar 20 mil pessoas por dia, se eu tivesse 20 mil doses por dia", explica.
Questionado sobre como será o calendário de 2022 para vacina da covid, José Mauro diz que ainda é uma pergunta para a qual ele não tem a resposta. "Você me perguntar o que vai acontecer no ano que vem é uma pergunta que eu tenho muita chance de errar. Muita coisa pode acontecer", diz.
O que o secretário tem a certeza é de que ano que vem tem vacina de novo, mas sem saber qual nem quando.
"Creio que será uma geração atualizada da vacina, assim como é a da gripe, que evolui todo ano, porque ela é modificada, por isso a importância da produção nacional e do Instituto Butantan. Quando eu olho para uma vacina 100% nacional, você entende que ela tem capacidade de produzir as novas gerações, é isso que eu entendo, tem capacidade de fazer as mudanças necessárias para acompanhar a evolução da doença", diz.
Em comparação à doença H1N1, José Mauro acredita que quando a covid deixar de ser "indefinida" como é no momento, a procura por vacina deve se normalizar e até cair.
"Quando H1N era uma doença indefinida, muita gente procurou para vacinar, e a partir do momento que existe a vacina disponível, você observa que a própria população não está querendo vacinar, porque já se diminuiu a virulência, a letalidade, nosso organismo já começa a se adaptar, há naturalmente uma aceitação e adaptação à doença", compara.
Por enquanto, a vacina segue sendo "disputada" por novos públicos que ainda não tomaram a primeira dose.