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Capital

Testemunha recua e pintor é condenado por matar homem a tiros

Elder Silva Rodrigues chegou a escrever bilhete assumindo crime e primeiro júri sobre caso foi adiado

Por Ana Paula Chuva | 12/11/2024 13:59
Fábio durante o julgamento na manhã desta terça-feira (Foto: Osmar Veiga)
Fábio durante o julgamento na manhã desta terça-feira (Foto: Osmar Veiga)

Quase três meses após ter o julgamento adiado, o pintor Fábio da Silva, 42 anos, o “Borracha”, sentou novamente no banco dos réus e acabou sendo condenado pelo assassinato de Isaías Vicente Ferreira. O crime aconteceu em abril de 2016, no Bairro Montevidéu, em Campo Grande, e no dia 27 de agosto deste ano, Elder Silva Rodrigues apontado como testemunha do caso, entregou uma declaração assumindo a autoria do homicídio.

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Fábio da Silva, 42 anos, foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Isaías Vicente Ferreira em Campo Grande. O julgamento foi adiado em agosto após uma testemunha, Elder Silva Rodrigues, assumir a autoria do crime em um bilhete. No entanto, Elder negou posteriormente a autoria em depoimento, afirmando que Fábio foi o responsável. A defesa argumentou pela absolvição, mas o Conselho de Sentença considerou a tese de violenta emoção e condenou Fábio por homicídio qualificado.

No bilhete, entregue por Fábio quatro dias antes do júri, Elder contava que era o responsável pelos três tiros que atingiram a vítima. Ele relatou que não conhecia Isaías pessoalmente, mas sabia que ele era ex-marido de sua esposa. Naquele dia os dois tiveram uma discussão e ele acabou matando o homem. Por conta disso, o julgamento acabou sendo adiado.

No dia 22 de outubro, Elder prestou depoimento na 3ª Delegacia de Polícia Civil e ao delegado Reges Daniel de Almeida Gonçalves negou a autoria e afirmou que Fábio foi quem matou Isaías. Em depoimento, ele relatou que viu o momento do homicídio e que, quando foi preso, falou que assumiria o crime.

“O Fábio chegou com esse papel aqui, falou para eu assinar e disse que ia dar bom para nós dois. Eu assinei até meio assim, mas assinei com medo dele dar uns tiros em mim. Eu não vou tirar cadeia para ninguém não”, disse em depoimento.

Com isso, hoje Fábio sentou no banco dos réus e durante o julgamento, a defesa sustentou as teses de absolvição por negativa de autoria, absolvição genérica, reconhecimento de diminuição de pena pela violenta emoção e afastamento das qualificadoras.

O Conselho de Sentença acolheu a tese da violenta emoção e condenou Fábio por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Com isso, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida o sentenciou a 11 anos e oito meses de prisão em regime fechado.

Crime – Isaías foi atingido por tiros e chegou a ser socorrido para a Santa Casa. Ele tinha perfurações no corpo e cabeça. Testemunhas apontaram Fábio como o autor dos disparos após discussão com a vítima. O pintor foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado por motivo torpe, mas respondia ao processo em liberdade.

Na denúncia, assinada pelo promotor de Justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, diz que a vítima cedia um espaço em sua casa para abrigar uma prima de Fábio, mas o pintor não aceitava a situação e tinha ciúmes da mulher, o que levou os dois a se desentenderem.

No dia do crime, Isaías havia levado seu filho para a casa da mãe e, quando voltou, foi abordado por Fábio, que estava na garupa de uma motocicleta. O pintor, ao ver a vítima, efetuou os tiros e em seguida fugiu. Na ocasião, Elder foi apontado como o condutor do veículo.

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