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Capital

“Tiraram quem eu mais amava”, desabafa avó que perdeu marido e neto assassinados

Regina Carvalho, de 62 anos, cobra justiça e cita que está sendo ameaçada após o duplo homicídio

Por Gabriel de Matos e Gabi Cenciarelli | 01/06/2025 09:10
“Tiraram quem eu mais amava”, desabafa avó que perdeu marido e neto assassinados
Regina Carvalho, de 62 anos, lamentou a morte do neto e do marido na Missa de 7º dia (Foto: Marcos Maluf)

Durante a Missa de 7º dia de Denner Vieira e do ex-policial militar Nelson Carvalho Vieira mortos a tiros nas Moreninhas, em Campo Grande, o desabafo emocionado da avó do jovem marcou a cerimônia. A aposentada Regina Carvalho, de 62 anos, afirmou que continua morando na mesma casa onde tudo aconteceu e que não pretende sair, apesar do trauma.

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Avó lamenta morte de neto e marido em missa de sétimo dia e pede justiça. Regina Carvalho, de 62 anos, presenciou o assassinato de Denner Vieira, de 23 anos, e Nelson Carvalho Vieira, de 67, em Campo Grande. Abalada, ela discursou na missa, afirmando que não pretende sair da casa onde o crime ocorreu. O duplo homicídio aconteceu na varanda da residência da família. Dois homens em uma motocicleta atiraram contra as vítimas. Nelson tentou proteger o neto. O suspeito preso, Guilherme Urbanek da Rocha, teria cometido o crime como vingança pela morte do irmão. A família das vítimas acredita em um engano. A polícia ainda procura o segundo suspeito.

A senhora contou que criou Denner, que tinha 23 anos, como um filho desde a morte do pai do garoto. “Eu não tenho medo de morrer, não tenho medo da morte, porque já me tiraram quem eu mais amava . Eu implorei pra ele não matar meu neto, ou me matar no lugar dele.”

“Não tenho de morrer porque já mataram as duas pessoas que eu amava”, declarou, em voz firme, ao relembrar o momento em que perdeu o companheiro e o neto.

O crime aconteceu na varanda da residência onde a família morava. Denner e o avô foram surpreendidos por dois criminosos em uma moto Honda Biz branca. O passageiro desceu e efetuou dezenas de disparos. O ex-policial militar tinha 67 anos e tentou proteger o neto, colocando-se na frente dos tiros. O cachorro da família, um labrador chamado Thor, também foi baleado na cabeça.

A avó afirma que não deseja a morte do suspeito preso, Guilherme Urbanek da Rocha, mas quer justiça. “Não quero que ele morra. Quero que fique preso. Implorei pra ele não fazer aquilo.” Segundo Regina, Guilherme teria ameaçado matar “um por um”.

“Tiraram quem eu mais amava”, desabafa avó que perdeu marido e neto assassinados
Avó com a camisa do neto morto a tiros Denner Vieira em frente a igreja nas Moreninhas (Foto: Marcos Maluf)

O crime, conforme apuração do Campo Grande News, tem ligação com uma rede de vinganças. Guilherme pode ter atacado a família em resposta à morte do próprio irmão, de 17 anos, ocorrida também nas Moreninhas no dia 15 de janeiro do ano passado. Na ocasião, o verdadeiro alvo seria o próprio Guilherme, mas o irmão foi morto em seu lugar.

Ainda segundo a investigação, o atirador que mirava Guilherme no passado agiu por vingança, já que, em março de 2022, Urbanek invadiu uma festa e tentou matar um rival a tiros. A vítima ficou em estado grave, mas sobreviveu.

Apesar do histórico de violência envolvendo Guilherme, ainda não há elementos que liguem Denner a essa rede de crimes. A família acredita que avô e neto foram mortos por engano. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

Guilherme chegou a procurar a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol no dia 25 de maio e confessou o crime, mas foi liberado por não haver mandado de prisão em aberto na ocasião. Poucos dias depois, acabou preso. O outro suspeito, identificado apenas como o condutor da motocicleta, ainda está foragido.

“Eu não vou sair da minha casa. Muita força, estou cobrando por justiça.” A fala de Regina ecoa como um grito de resistência em meio ao luto.

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