PM desiste de atuar nas eleições da Fetems após denúncia da entidade
Suspensão foi comunicada pelo secretário de Segurança ao presidente da federação
A PM (Polícia Militar) desistiu de realizar a operação especial prevista para acompanhar a eleição da Fetems (Federação Estadual dos Trabalhadores em Educação), marcada para segunda-feira (2). A decisão foi comunicada na tarde desta sexta (30) pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, ao presidente da federação, professor Jaime Teixeira.
A informação foi divulgada pelo advogado da Comissão Eleitoral da entidade, Ronaldo Franco, ao Campo Grande News. Segundo ele, a corporação suspendeu qualquer tipo de operação nas eleições da entidade após a denúncia feita pela direção, sindicatos filiados e pela própria Comissão Eleitoral. “Não foi pedido nem pela direção, nem pela comissão, muito menos pelos 74 sindicatos filiados”, afirmou o advogado.
A entidade havia publicado nota de repúdio à atuação da PM no pleito, alegando "intromissão indevida" e afirmando que o caso seria encaminhado ao Ministério Público e ao Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial). Após as manifestações, houve também contato com o governador Eduardo Riedel (PSDB), que, segundo a Fetems, acionou o secretário de segurança para tratar do assunto.
Ainda de acordo com Ronaldo Franco, não procede a informação de que esta seria a primeira eleição com disputa interna em 20 anos. Ele citou nomes de ex-candidatos a presidente da federação, como a deputada estadual Gleice Jane (PT), professor Borges de Anastácio e a professora Mara Carrara, de Três Lagoas, que teriam participado de pleitos anteriores. “A Fetems sempre teve disputa, sim”, declarou.
O advogado também destacou que, mesmo nos anos em que houve concorrência entre chapas, nunca foi necessária a presença de forças de segurança no processo eleitoral. “Lamentamos que tenham tentado macular a história da Fetems ao longo desses 46 anos de existência”, concluiu.
Entenda o caso - Mais cedo, a Federação emitiu nota de repúdio sobre a atuação da PM na fiscalização das eleições. Candidato a presidente da chapa de oposição, Joaquim Neto alegou que as urnas usadas no certame colocam em risco a lisura do pleito, com evidente possibilidade de fraude. Em tempos digitais, a urna usada é de madeira.
O professor defendeu que a Fetems tem prerrogativa para solicitar ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a padronização das urnas, como teria ocorrido em eleições anteriores. Segundo ele, o atual processo é diferente justamente porque há oposição na disputa.
Candidato ao cargo de secretário de Finanças pela Chapa 1, encabeçada pela atual vice-presidente, Deumeires Batista de Souza Rodrigues de Morais, Jaime afirma que essa é mais uma tentativa da oposição de interromper o processo. “Ele já pediu três vezes. Essa é só mais uma. Ele percebeu que não tem votos para ganhar e fica tentando criar fatos”.
Já a Chapa 2 é encabeçada por Joaquim Soares de Oliveira Neto, tendo como vice Elizangela Tiago da Maia.
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