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Capital

UFMS vira canteiro de obras, mas com "clássicos" esquecidos

Autocine, Moreninho e piscina estão no roteiro de locais que precisam de mais recursos

Aline dos Santos e Ricardo Campos Jr. | 19/02/2018 09:35
Vegetação se exibe na tela para filmes do Autocine.
(Foto: André Bittar)
Vegetação se exibe na tela para filmes do Autocine. (Foto: André Bittar)

Enquanto milhões se tornam novas obras no campus de Campo Grande da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a Cidade Universitária tem“clássicos” esquecidos.

Mesmo perto da avenida Costa e Silva, saída para São Paulo, a área onde funcionou o Autocine, o drive-in em que a noite fazia às vezes do “escurinho do cinema”, a cena é de paradeira. Na caminhada pelo chão que mistura pavimento e mato, aparece até um cartão telefônico, cuja validade acabou há 15 anos. Perto da telão do cimento, se exibem coqueiros e matagal.

Também nas imediações do estádio Morenão, fica o ginásio Eric Tinoco Marques, o Moreninho. No local, que comporta até 800 pessoas, sendo 624 sentadas e 176 em pé, há infiltrações, vidros quebrados e lixeiras estragadas. Uma placa informa que a última revitalização do ginásio de esportes foi em 2014.

Por questão de segurança, o ginásio está fechado para jogos com público e a quadra é usada apenas para alunos de Educação Física. De acordo com o chefe da Coordenadoria de Projetos, Obras e Sustentabilidade, Marlon Pedomo de Souza, o Moreninho terá adequação para melhorar a sinalização de emergência e portas com barra antipânico. O custo será de R$ 150 mil.

Reforma simples- Inaugurado em janeiro de 1979, o teatro Glauce Rocha, com capacidade de 752 pessoas, também faz parte da “velha guarda” da instituição. O local fecha para reforma no dia 27 de fevereiro. As intervenções são por recomendação do Corpo de Bombeiro e não vão avançar para itens como cadeiras e carpete, apesar da necessidade.

“O Glauce vai passar por uma reforma agora, digamos, simples. Tem projeto contra incêndio aprovado e existe um cronograma de adequações ”, afirma Marlon. A obra deve durar até 60 dias.

Inaugurado em 1979, Glauce Rocha terá reforma simples a partir de 27 de fevereiro. (Foto: André Bittar)
Inaugurado em 1979, Glauce Rocha terá reforma simples a partir de 27 de fevereiro. (Foto: André Bittar)

Com investimento de R$ 171.997,06, a reforma é para substituir os sistemas de luzes de emergência, alarmes de incêndio e detecção de fumaça. Segundo Marlon, o teatro funciona porque atende os requisitos mínimos de segurança e há um cronograma para implementar novas ações.

“No fim de 2015, esse projeto foi apresentado ao Corpo de Bombeiros e a cada seis meses vão se fazendo implementações e a licença renovada de acordo com esses cronogramas”, afirma Marlon.

Desde então, o teatro recebeu portas antipânico, rotas de fuga e foram eliminadas divisórias inflamáveis e uma cozinha que usava gás.

“Outro fator importante é que existe um pré-projeto de reforma do Glauce de uma forma mais estética, mais ligada ao conforto, como troca de cadeiras. Temos planos de executar isso até a SBPC [Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência], que é o nosso grande evento do ano que vem”, diz o pró-reitor de Cultura e Esportes, Marcelo Fernandes.

Piscina precisa de salva-vidas para atender público externo. (Foto: André Bittar)
Piscina precisa de salva-vidas para atender público externo. (Foto: André Bittar)
No detalhe, algas na água da piscina no dia 15 de fevereiro. (Foto: André Bittar)
No detalhe, algas na água da piscina no dia 15 de fevereiro. (Foto: André Bittar)

Salva-vidas – No dia 15 de fevereiro, a piscina da UFMS estava coberta por algas. Segundo o pró-reitor, um problema na liberação de recursos do MEC (Ministério da Educação) deixou a instituição sem dinheiro para comprar os insumos. O recurso foi autorizado e seguiu para empenho, no valor de R$ 7.852. Serão adquiridos itens como algicida e hipoclorito de sódio.

“Você olha e tem a impressão de que a água está poluída, mas não está. Se retirar, vai ver que ela está limpa. Você tem uma impressão do espelho d'água pior do que ele está”, afirma Marcelo.

Para atender ao público externo, é preciso contratar salva-vidas. “E esse processo não se faz em um mês ou dois porque depende de recursos. Fim do ano passado, começamos a construir o termos de referência, com as exigências para a empresa que formos contratar”, explica o pró-reitor.

Infiltração no ginásio Moreninho, que tem capacidade para 800 pessoas, mas está fechado para jogos com público. (Foto: André Bittar)
Infiltração no ginásio Moreninho, que tem capacidade para 800 pessoas, mas está fechado para jogos com público. (Foto: André Bittar)

Duas mil refeições – Em processo de ampliação desde 2015, o RU (Restaurante Universitário) atende dois mil alunos por dia, sendo 1.400 no almoço e 600 no jantar. A refeição no período noturno entrou no cardápio ano passado, uma forma de reduzir a evasão.

“Não havia jantar antes de 2017. Era uma reivindicação e uma forma de reduzir a evasão. Os alunos que estudam durante o dia permanecem para o jantar. Eles estão usando mais as quadras, a biblioteca, os espaços comuns. Isso é bastante positivo para a universidade”, diz a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ana Rita Barbieri. Ao término da ampliação, a capacidade será de 3 mil refeições diárias.

Novo prazo – Depois de setembro e dezembro, a nova previsão de entrega do bloco de nutrição é meados de 2018. A obra teve orçamento inicial de R$ 4,2 milhões.

“O edifício do curso está pronto. Estamos fazendo uma ampliação da nossa subestação para conseguir atender a essas novas demandas e a previsão de conclusão é julho desse ano. Com a energia, vamos conseguir fazer uso do prédio”, afirma o chefe da Coordenadoria de Projetos, Obras e Sustentabilidade, Marlon Pedomo de Souza.

Restaurante Universitário está em reforma e atende dois mil alunos por dia. (Foto: André Bittar)
Restaurante Universitário está em reforma e atende dois mil alunos por dia. (Foto: André Bittar)

Ao lado do ginásio Moreninho, uma nova obra: um Mercado Escola. “As obras que estão empenhadas com recursos passados estão sendo executados. Mas o recurso desse ano serão voltados aos acadêmicos e os projetos ligados a eles. Do ponto de vista da gestão, o reitor tem priorizado concluir o que está em andamento para colocar à serviço da comunidade”, afirma o pró-reitor de Cultura e Esportes, Marcelo Fernandes.

No Estado, a UFMS tem 18 mil alunos na graduação, 2.183 alunos matriculados na pós-graduação e orçamento de R$ 818,9 milhões.

Segurança – Com câmeras de monitoramento vigilantes, o quesito segurança ganhou reforço no campus. “Saio 22h40 e nunca tive problemas com segurança”, afirma Edine Zanlucas, 19 anos.

Estudantes de jornalismo, Agatha Rodrigues, 25 anos, conta que os laboratórios do curso têm boa estrutura e professores capacitados.

Aluna no mestrado de tecnologias ambientais, Milena de Brito Espinosa afirma que e estrutura é boa e que a ressalva são os laboratórios, que precisam de melhoria. Ela faz pesquisa sobre sistema de captação de água da chuva.

Câmeras de segurança no corredor central da UFMS. (Foto: André Bittar)
Câmeras de segurança no corredor central da UFMS. (Foto: André Bittar)
Para Milena, laboratório precisa de melhoria. (Foto: André Bittar)
Para Milena, laboratório precisa de melhoria. (Foto: André Bittar)

Confira a galeria de imagens:

  • Bloco de nutrição tem nova previsão de entrega: julho de 2018. (Foto: André Bittar)
  • Teatro Glauce Rocha fecha para reforma no dia 27 de fevereiro.
(Foto: André Bittar)
  • Perto do ginásio, portão estragado. (Foto: André Bittar)
  • Nova  obra no campus. (Foto: André Bittar)
  • Entrada do Autocine. (Foto: André Bittar)
  • Vidro quebrado no ginásio. (Foto: André Bittar)
  • Resto de lixeira no Moreninho.
(Foto: André Bittar)
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