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Capital

Um minuto de bobeira e Kelvin passa no hospital o dia de festejar 21 anos

Paula Maciulevicius | 23/07/2012 12:10

De sexta-feira até a manhã de hoje, a Santa Casa atendeu 46 vítimas de acidentes de trânsito, 34 delas eram motociclistas

Kelvin Wesley Sodré dos Santos, vítima de acidente de trânsito passa o aniversário no último lugar onde gostaria de comemorar mais um ano de vida. (Foto: Minamar Júnior)
Kelvin Wesley Sodré dos Santos, vítima de acidente de trânsito passa o aniversário no último lugar onde gostaria de comemorar mais um ano de vida. (Foto: Minamar Júnior)

Kelvin Wesley Sodré dos Santos completou 21 anos deitado na cama de um hospital. Em volta dele não houve bolo, nem presentes, apenas enfermeiras trocando os curativos dos ferimentos que teve em decorrência de um acidente de moto, no último sábado.

O motociclista nunca tinha se envolvido em acidente até bater atrás de um caminhão na avenida Costa e Silva na manhã de sábado, quando ia a uma garagem de veículos para dar carona a um primo.

Entre um gemido de dor e a expressão no rosto que transparecia a agonia que sentia ao mexer em alguma das partes machucadas, o jovem conversou com o Campo Grande News. De cara disse que nunca imaginou comemorar o aniversário assim. “Está doendo um pouco. Eu queria estar em casa né”, comenta.

O jovem sofreu fratura exposta na perna direita e fraturou o braço após colidir a motocicleta contra um caminhão e desde a manhã de sábado está na Santa Casa.

O ortopedista Rodrigo Layara explica o caso e faz um apelo para que os motociclistas tenham mais consciência. (Foto: Minamar Júnior)
O ortopedista Rodrigo Layara explica o caso e faz um apelo para que os motociclistas tenham mais consciência. (Foto: Minamar Júnior)

“Eu fui ultrapassar um Gol que estava na minha frente e não deu tempo de diminuir, eu vinha a uns 60 quilômetros e a carreta estava quase parada. Só lembro de bater e eu cair”, descreve.

Em volta dele se formou uma roda de gente conhecida que o chamava pelo nome e pessoas que vinham ver o que havia acontecido. Ele era mais um dos muitos motociclistas caídos ao chão depois de um acidente.

Kelvin não foi fechado por ninguém, nem atingindo por nenhum veículo, bateu sozinho e tem consciência, agora, da imprudência daquele momento.

“Foi num momento de bobeira. Se eu tivesse mais devagar, mas você nunca acha que vai sofrer um acidente, que vai acontecer com você”, observa.

O rapaz quer e acredita que saia do hospital em dois dias. Mas o médico que cuida do caso dá pelo menos uma semana de internação. O ortopedista Rodrigo Laraya, além de explicar a situação do paciente, faz um apelo.

“É bom falar disso, ajuda os motoristas a terem consciência dessa epidemia de guerra que vivemos”. Infelizmente ele se refere ao trânsito. Só entre sexta-feira e a manhã desta segunda, a Santa Casa atendeu 46 vítimas de acidentes de trânsito, 34 deles motociclistas.

Na manhã de sábado, o jovem foi atendido pelos bombeiros logo após o acidente, na Costa e Silva. (Foto: Minamar Júnior)
Na manhã de sábado, o jovem foi atendido pelos bombeiros logo após o acidente, na Costa e Silva. (Foto: Minamar Júnior)

O médico explica que Kelvin teve fratura exposta na perna direita. “O osso quebrou e saiu rasgando a pele, ficando literalmente para fora e junto ele teve fratura do braço”, diz. Ferimentos que na avaliação do profissional acometem a grande maioria dos acidentes com motociclistas.

“Este é o resultado da alta velocidade e por eles não utilizarem equipamentos de proteção. Quando muito usam capacete, mas não colocam bota especial nem protetor de cotovelo”, completa.

Kelvin recebeu uma haste e uma placa na perna e no braço, para poder alinhar os ossos, e segue internado no setor de Ortopedia da Santa Casa. Ele ainda será avaliado para saber se passará novamente por uma cirurgia plástica, porque corre o risco de perder parte da pele do pé.

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