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Capital

"Vai voltar e fazer pior”, teme mulher esfaqueada após saber de soltura do ex

Wellington Paes Lino, de 24 anos, está em liberdade deste sexta-feira, com tornozeleira eletrônica

Por Murilo Medeiros | 13/04/2025 17:37
"Vai voltar e fazer pior”, teme mulher esfaqueada após saber de soltura do ex
Vítima emocionada ao contar momentos de aflição que passou ao lado do ex-companheiro (Foto: Marcos Maluf)

Mulher de 40 anos que teve a virilha perfurada pelo ex-namorado passou a viver com medo desde que Wellington Paes Lino, de 24 anos, foi solto na sexta-feira (11), durante audiência de custódia. Ela teme que o agressor volte para matá-la ou agredir seus filhos. A vítima, que levou 12 facadas, segue em tratamento na Santa Casa de Campo Grande.

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Uma mulher de 40 anos, esfaqueada 12 vezes pelo ex-namorado Wellington Paes Lino, de 24 anos, vive com medo após ele ser solto em audiência de custódia. Ela teme que ele volte para matá-la ou agredir seus filhos, mesmo com medidas restritivas como tornozeleira eletrônica e proibição de aproximação. A vítima, ainda em tratamento, acredita que as medidas são insuficientes e que ele pode planejar novos ataques. O caso ocorreu em Campo Grande, quando a mulher foi atacada enquanto dormia. Wellington, que já possui outros boletins de ocorrência, foi preso, mas liberado sob condições.

"Eu estou com muito medo porque agora ele está na rua. Ele tem todas as chances de arrumar uma arma e fazer pior. Eu me sinto insegura porque ele é capaz de qualquer coisa. A questão não é se ele seria capaz de voltar, ele vai voltar e fazer pior", desabafa a mulher, em entrevista ao Campo Grande News.

Wellington deverá se apresentar mensalmente ao Fórum de Campo Grande, uma vez por semana ao grupo de narcóticos anônimos e ao grupo de reflexão com homens autores de violência doméstica e familiar contra mulheres. Ele será monitorado por tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar a menos de 300 metros do endereço da vítima. O juiz ainda recomendou que Wellington procure o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).

Na opinião da mulher, as medidas são insuficientes. "Ele pode comprar uma arma e fazer pior. Mesmo com tornozeleira, estando na rua, ele sabe a casa da minha família. Chegam conversas de que ele quer fazer algo com meu filho, desde aquele dia ele fala que meu filho vai morrer. Agora ele deve estar planejando mais coisas, só esperando a poeira abaixar".

"Vai voltar e fazer pior”, teme mulher esfaqueada após saber de soltura do ex
Wellington Paes Lino suspeito de esfaquear a namorada. (Foto: Divulgação)

Conforme o advogado do acusado, Jean Carlos Lopes Campos, ainda não foi definida a tipificação do crime, pois os laudos preliminares não foram juntados. "Acredito que ficará para a próxima semana", detalhou. A vítima afirma que vai entregar à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) laudos que comprovam que Wellington teve intenção de matá-la.

"Vou entregar os papéis da Santa Casa para provar que a faca entrou na minha virilha. Querem colocar só como lesão corporal, não como tentativa de feminicídio. Eu tenho certeza que ele queria me matar, foram 12 facadas na barriga e virilha. Ele sabia que poderia pegar minha artéria, tentou atingir áreas fatais. Só não morri porque não era minha hora", afirma.

Inicialmente, as informações do boletim de ocorrência davam conta de que a vagina da mulher tinha sido cortada por Wellington Paes Lino. Contudo, ela afirmou ao Campo Grande News que, na verdade, sofreu uma perfuração profunda na virilha, além de mais 11 facadas na barriga.

Entenda - O caso aconteceu no domingo (6), quando a namorada de Wellington estava dormindo e foi surpreendida pelo rapaz, que a esfaqueou. A vítima foi socorrida por familiares a uma unidade de pronto atendimento, no Bairro Tiradentes. Devido à gravidade do caso, a mulher foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande.

No dia, estavam na casa duas filhas da vítima, o genro e dois netos. A mulher estava no quarto com o namorado, quando saiu correndo, sangrando e pedindo socorro. “Acordei e ela já estava sangrando muito. Ele tinha fugido e levou a faca. Ficou todo mundo desesperado, e meu irmão a levou para a UPA. Aqui fora ficou cheio de sangue, mas depois eu lavei”, relatou a filha da vítima.

Wellington ficou foragido até esta quinta-feira (10), quando policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) o encontraram na casa de sua mãe, no Bairro Moreninhas. Conforme o delegado Roberto Guimarães, o homem se mostrou frio e sem arrependimentos, dizendo que já sabia o motivo da prisão.

Localizado, Wellington foi levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Advogado que representa o suspeito, afirmou que existem seis boletins de ocorrência contra o cliente, mas não sabe se todos são da mesma vítima. "Por enquanto, ele permanecerá em silêncio", disse o defensor.

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