“Ele tem muita maldade”, desabafa mulher que teve a vagina cortada pelo ex
Com mandado em aberto, Wellington foi preso ontem, no Bairro Moreninha, por equipes do Garras

Ainda em recuperação, a auxiliar de limpeza de 40 anos, que teve a vagina cortada a facadas e lesões no abdômen, após pedir a separação, disse que ainda tem muito medo do ex-companheiro, Wellington Paes Lino, de 24 anos. O crime aconteceu no último sábado, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. O rapaz foi preso ontem pela Polícia Civil.
RESUMO
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Uma mulher de 40 anos, auxiliar de limpeza, sofreu agressões brutais do ex-companheiro, Wellington Paes Lino, de 24 anos, após pedir a separação. Ela teve a vagina cortada e sofreu lesões no abdômen. O agressor, preso pela Polícia Civil, já havia demonstrado comportamento violento e possessivo durante o relacionamento de quase três anos. A vítima relatou episódios de agressões físicas e psicológicas, além de ameaças. O caso mais grave ocorreu após uma festa, quando Wellington, sob efeito de álcool, a atacou com uma faca. A mulher alerta outras vítimas a não acreditarem em promessas de mudança dos agressores.
Em entrevista ao Campo Grande News na manhã desta quinta-feira (10), a vítima falou sobre a relação abusiva que vivia com o ex-companheiro. “Ele tem muita maldade, sabe onde eu trabalho. Só espero que a Justiça não solte, porque agora eu sei do que ele é capaz. Ele tentou me matar, foi Deus e a oração da minha mãe que me salvaram. Ele entrou na minha vida para acabar com tudo, hoje estou começando do zero”, disse.
Conforme ela, ia completar três anos que os dois estavam juntos. Eles se conheceram pela rede social e, com 6 meses, já estavam morando juntos. “Passou um ano, teve a primeira briga, sempre por causa de ciúmes. A gente discutiu e ele falou que, se a gente se separasse, ele não ia me matar, mas eu ia me arrepender desde o dia que eu nasci”, contou.
Ainda segundo a vítima, neste dia foi trabalhar com medo e pediu que as filhas fossem para a casa da avó. “Quando cheguei, ele tinha jogado todas as compras no chão. Misturou sabão em pó com arroz, cortou o fio da geladeira e do fogão, rasgou os documentos das minhas filhas, levou televisão, caixa de som, várias coisas e ainda colocou fogo nas minhas roupas. Dei parte de tudo isso na delegacia, mas não conseguiram achar ele”, disse.
Cerca de 3 meses depois, Wellington passou a procurá-la, pediu desculpas e prometeu mudar o comportamento. “Acreditei nele, mas também voltei por medo. Ele ficou um mês bonzinho e já começaram as brigas de novo. Quebrou tudo na minha casa e, pela primeira vez, me empurrou. Separei de novo, minha mãe falava para eu não voltar com ele, mas eu voltava”, lamentou.
Em outro caso de agressão, a vítima contou que o rapaz arremessou um tijolo que acabou acertando uma de suas filhas. A menina sofreu corte profundo no braço. “Quando a polícia chegou, ele já tinha ido embora. Eles queriam me levar na Deam [Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher], mas eu falei ‘como vou voltar?’. Eles iam me levar, mas eu não tinha dinheiro para voltar.”
Violência extrema – Depois de idas e vindas e vários episódios de violência, a vítima relembra a briga que ocorreu no último domingo (6) e quase custou a sua vida. “Tínhamos ido a uma festa. Ele bebeu muito e ficou com ciúmes de novo. Pedi a separação e falei para ele ir embora. Ele saiu para fumar, foi à cozinha e ligou o gás.”
Na casa, estavam as filhas da vítima, o genro e os dois netos dormindo. “Ele entrou no meu quarto com o isqueiro e a faca na mão e começou a me golpear. Comecei a gritar e ele abriu a porta e saiu correndo para fora. Eu não senti dor na hora, mas foram mais de 10 facadas. Só não morri porque não era a hora. Foi Deus na minha vida, só pensei nos meus filhos”, pontuou.
A vítima foi levada para o CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes e depois transferida à Santa Casa, onde continua em tratamento. "O médico disse que não vou ficar com sequelas, o ferimento maior foi na virilha".
No momento de dor, ela aproveitou para alertar outras mulheres que estão passando pela mesma situação. “Não acreditem, porque eles se tornam cada vez piores. Não existe melhora, eles só falam para te manipular e entrar na sua mente. Não sei se é carência, mas ele entrou na minha mente. Como eu, com essa idade, caí na lábia de um moleque? Mas agora isso serviu de aprendizado para mim”, contou.
Com mandado em aberto, Wellington foi preso ontem, no Bairro Moreninha, por equipe do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro). Ele deve passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira.
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