Vereador tem estreia “traumática” em horário de pico do transporte coletivo

Apesar da origem humilde, o vereador Waldecy Batista Nunes (PP), o “Chocolate” - palhaço por profissão, viveu hoje o que os simples mortais enfrentam diariamente: o drama do transporte coletivo em Campo Grande.

Ele mesmo disse considerar um desafio andar de ônibus. “É andar como sardinha enlatada”, contou depois de sacolejar no trecho entre o bairro Aero Rancho e o Terminal Hércules Maymone, no cruzamento das avenidas Joaquim Murtinho e Eduardo Elias Zahran, e computar atraso no percurso do coletivo, o que obrigou o condutor a acelerar o carro para cumprir o horário.

“O motorista estava atrasado, por isso correu muito. Também tinha muita gente, impossível sentar”, lembrou.

Depois da experiência, o vereador, aliado do prefeito, prometeu chamar Alcides Bernal (PP) para também usar o transporte coletivo e reconheceu que seu correligionário tem feito pouco pelo setor.

A história do vereador como “passageiro” do transporte coletivo começou no dia em que ele pegou o ônibus às 11h da manhã e ficou satisfeito com o que chamou de “tranquilidade” no percurso.

Chocolate postou uma foto em sua página no Facebook e, logo depois, foi desafiado por um dos usuários a repetir a dose, mas num horário de pico, bem cedinho.

Foi o que Chocolate fez hoje às 6h, horário que chegou ao terminal Aero Rancho onde ficou por 40 minutos esperando por um ônibus e isso foi só o começo.

Em sua avaliação, os problemas são muitos a começar pelo número insuficiente de carros disponibilizados aos usuários do transporte coletivo.

Mesmo ocupando base aliada ao prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), Chocolate foi incisivo ao opinar sobre a atuação do chefe do Executivo. “Eu sei que em seis meses não dá para fazer muita coisa, mas acho que só congelar a tarifa ou reduzi-la em R$ 0,10 não é muito se formos pensar que esta era uma das principais bandeiras levantadas por ele (Bernal) durante campanha eleitoral”, explicou.

Ele tentou usar o banheiro do terminal Aero Rancho e teve a prova cabal de que a prefeitura abandonou os terminais. “Não tem água nem para lavar as mãos. No masculino não tem mictório e o chão está pura urina. É necessário manutenção”, relatou.

A peregrinação de Chocolate no transporte público ainda não terminou. Às 18h ele embarcará em ônibus na Praça Ary Coelho com destino às Moreninhas. “Dizem que vou ter que esperar passar uns cinco ônibus por causa da lotação, vou conferir isso de perto e ver no que vai dar”, finalizou.