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Capital

Vítima de golpista preso investiu R$ 2,6 mil após incentivo de "irmão de igreja"

Terceira etapa foi deflagrada nesta quarta-feira e mirou Olodoaldo Arruda de Souza, responsável pela operação de crédito que leva o seu nome

Guilherme Henri e Viviane Oliveira | 05/09/2018 16:14
Um dos presos na terceira fase da operação Ouro de Ofir nesta quarta (5) (Foto: Henrique Kawaminami)
Um dos presos na terceira fase da operação Ouro de Ofir nesta quarta (5) (Foto: Henrique Kawaminami)

Vítima de Oloaldo Arruda de Souza – preso hoje (5) na terceira fase da Operação Ouro de Ofir –, músico investiu R$ 2,6 mil em aportes do golpe com a promessa de lucrar R$ 52 milhões. O investimento foi indicado por “um irmão de fé” como solução de seus problemas financeiros.

Além de Oloaldo, a vítima também investiu em ações de Celso Eder Gonzaga de Araújo – apontado pela polícia como “cabeça” do esquema – e Maria Inez Leite.

O músico move ação na Justiça contra o trio. Conforme processo, a vítima por meio de um irmão de igreja em Cuiabá (MT), tomou conhecimento de que havia um excelente negócio a ser feito. Que este negócio tratava-se de uma repatriação de valores elevados vindos do exterior e que os mesmos pertenciam a uma família de Campo Grande de nome Araújo.

O negócio era administrado por intermédio de uma Empresa denominada “Au Metal”, administrado por Celso Eder e que havia outras ramificações sob a responsabilidade de Maria Inez e Oloaldo Arruda.

Diante das explicações recebidas, a vítima aceitou entrar no negócio. Para isso ela fez investimento em duas operações administradas pelo trio, que somadas totalizaram R$ 2,6 mil. Pelos investimentos, a promessa era de que receberia R$ 52 milhões.

Na ação, a vítima alega que é músico, portador de um quadro clínico de saúde que merece cuidados e sua esposa encontra-se em estado precário de saúde, necessitando também de procedimento cirúrgico.

Após meses, os pagamentos que deveriam serem efetuados pelos chamados gestores das operações não ocorreu. Além disso, a vítima tomou conhecimento sobre as operações da Polícia Federal sobre o golpe e a prisão de Celso Eder, o que a motivou procurar a Justiça.

O músico move já Justiça ação de indenização por danos morais e materiais. Consta no processo, que ele pede ao trio o valor de R$ 4 milhões.

Viatura da PF em garagem de delegacia após buscas de operação (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura da PF em garagem de delegacia após buscas de operação (Foto: Henrique Kawaminami)

Ouro de Ofir - Nesta etapa, o alvo é o núcleo de Olodoaldo Arruda de Souza, responsável pela operação de crédito que leva o seu nome. Além de dele, Adriana Aguiar Viana também foi presa preventivamente e um jovem de 22 anos, que estava numa casa do bairro Vilas Boas onde foram feitas buscas, foi preso em flagrante com duas armas e munições.

A operação investiga organização criminosa que vende ilusão: a existência de uma suposta mina de ouro cujos valores, repatriados para o Brasil, são cedidos, vendidos ou até mesmo doados mediante pagamento.

O golpe mantém as vítimas em constante erro. Elas acreditam que, a cada semana, os valores inexistentes serão repassados. A entrega sempre acaba suspensa em razão de “fatores externos”.

Na primeira etapa da operação, deflagrada em 21 de novembro de 217, a polícia apontou a existência de ao menos 25 mil vítimas. Com o prosseguimento das investigações, a PF calculou que são 60 mil vítimas em golpes similares ao da SAP e Au Metal.

Também foram presos pela Ouro de Ofir Sidinei dos Anjos Peró, que liderava a operação SAP, Celso Eder Gonzaga de Araújo e Anderson Flores de Araújo.

Os presos de hoje haviam “assumido” o golpe, segundo a PF. Para convencer as vítimas, eles desqualificavam a investigação.

“Quem não conhece investimentos, tem de saber que conseguir um investimento com rentabilidade de mais de 1% já é difícil, que dirá investimentos de 1 mil a 1 milhão por cento. Este tipo de situação não existe”, alerta o delegado.

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