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Empregos

Sobra emprego, mas trabalhador douradense resiste em se qualificar

Helio de Freitas, de Dourados | 07/10/2014 16:11
Sede do Ciat em Dourados vive lotada, mas a maioria é de pessoas à procura do seguro-desemprego (Foto: Divulgação/Assecom)
Sede do Ciat em Dourados vive lotada, mas a maioria é de pessoas à procura do seguro-desemprego (Foto: Divulgação/Assecom)

Diariamente, o Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador) de Dourados oferece de 100 a 150 vagas de trabalho, mas poucas são preenchidas e a razão é sempre a mesma: falta gente interessada em trabalhar. Localizada a 233 km de Campo Grande, a cidade passa por uma importante fase de desenvolvimento econômico e abre uma média de quatro empresas por dia. Para conseguir mão de obra, muitas empresas trazem trabalhadores de fora.

Dulcinéia Araújo, do setor de administração de vagas do Ciat, disse ao Campo Grande News que falta mão de obra especialmente para o setor de alimentação, como cozinheiro, garçom e sushiman. “E o problema nem é mais a falta de qualificação, porque as empresas estão dispostas a contratar até sem experiência e oferecer o curso para o trabalhador se qualificar, mas a maioria não quer fazer curso. Quer ganhar bem, mas não quer se qualificar”, afirmou ela, completando que o município oferece dezenas de outros cursos de qualificação.

Também falta trabalhador para a construção civil, indústria, manutenção e comércio, embora nesse último o problema seja menor, segundo Walter Castro, presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e diretor da Associação Comercial e Empresarial de Dourados. “A maior dificuldade é no caso de vagas específicas, que exigem determinada qualificação. Nesses casos o comércio tem preenchido as vagas com gente que vem de fora”.

Na semana passada, a empresa que atua na construção de um condomínio em Dourados precisou trazer 23 eletricistas e encanadores de Três Lagoas para conseguir cumprir os prazos. Ainda precisa contratar mais sete eletricistas e cinco encanadores. E para preencher as vagas, se compromete a oferecer o curso “NR-10”, necessário para trabalhar nessa área. Nem assim consegue gente interessada em trabalhar.

Dulcinéia Araújo afirma que ainda existe resistência das pessoas em aceitar a qualificação ao mesmo tempo em que muitas se acostumaram a recorrer ao seguro-desemprego. “Hoje qualquer um pode retomar os estudos, fazer um curso de qualificação, muitas vezes oferecido pelas próprias empresas, mas as pessoas não querem”.

Segundo ela, grande parte do movimento diário de gente na sede do Ciat, na Avenida Weimar Gonçalves Torres, é de pessoas à procura do seguro-desemprego. “Mesmo com as novas normas do Ministério do Trabalho e Emprego, que orientam o trabalhador a procurar uma qualificação ou uma nova vaga no mercado, muitas pessoas estão perdendo o seguro- desemprego porque não cumprem as regras”.

Interessados em saber quais vagas de emprego estão disponíveis em Dourados podem entrar em contato com o Ciat através do telefone (67) 3421-9031.

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