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Cidades

Entidades da América Latina e Holanda vem cobrar CPI do Genocídio

Caroline Maldonado | 07/10/2015 12:53
Integrantes de missão ecumênica se reuniram nesta manhã com procurador do MPF, Emerson Kalif (Foto: Caroline Maldonado)
Integrantes de missão ecumênica se reuniram nesta manhã com procurador do MPF, Emerson Kalif (Foto: Caroline Maldonado)

Grupo ecumênico com representantes de 15 instituições do Brasil, América Latina e Holanda está em Campo Grande para prestar solidariedade ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que é alvo de investigação da Assembleia Legislativa e a favor da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apure as mortes e violência cometida contra comunidades indígenas no Estado. Integrantes de organizações evangélicas e afro-brasileiras e o arcebispo Dom Dimas também participam da reunião.

Nesta manhã, o grupo se reuniu com o procurador-chefe da Procuradoria da República de Mato Grosso do Sul, Emerson Kalif. Às 15h, a missão fará ato ecumênico na Assembleia Legislativa. Amanhã (8), eles seguem para Dourados, onde farão visita às comunidades indígenas Apikay e Guyra Kamby’i.

Uma das instituições representadas é a Cese (Coordenadoria Ecumênica de Serviço). Segundo a assessora da entidade, Olga Matos, a intenção da missão é manifestar solidariedade ao Cimi e também dar apoio as comunidades indígenas, em especial Guarani Kaiowá, em função da situação de extrema violência contra as famílias. “Há um forte processo de criminalização dos movimentos e organizações que atuam no campo dos direitos humanos, em Mato Grosso do Sul”, comentou Olga.

Além do Cese, fazem parte do grupo representantes da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, Igreja Anglicana, Comissão Nacional de Incidência Pública da Ieab (Igreja Evangélica Avivamento Bíblico), Clai (Conselho Latino-Americano de Igrejas), Aliança Brasileira de Batistas, CPT (Comissão Nacional Pastoral da Terra), Igreja Presbiteriana Unida, Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, Koinonia, Ogam no Camdomblé, FLD (Fundação Luterana de Diaconia), Rede Jubileu Sul, Cáritas Brasileira, Comin (Conselho de Missão entre Povos Indígenas), Reju (Rede Ecumênica de Juventudes) e Cebi (Centro de Estudos Bíblicos e Kerkinactie) da Holanda.

CPI do Cimi – A investigação da atuação do Cimi nos conflitos indígenas foi proposta pela deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB). Serão colhidos os primeiros depoimentos na próxima terça-feira (13). Os convidados a depor são o antropólogo Edward Luz, o padre Gildásio Mendes dos Santos, o sociólogo e jornalista Lorenzo Carrasco e o jornalista Nelson Barretto.

A CPI foi proposta após intensificação das manifestações que pedem investigação dos crimes cometidos contra indígenas em áreas de litígio, ocupadas por famílias Guarani Kaiowá. As comunidades buscam retomar seus territórios, que foram entregues a colonos, a partir da década de 50.

Os fazendeiros, que têm títulos legítimos, já não aceitam ocupações e muitos têm segurança armada para coibir invasões. Ambos esperam que o Governo Federal indenize os proprietários de áreas cuja demarcação já foi até homologada. Este é o caso da terra indígena Ñande Ru Marangatu, onde Semeão Fernandes Vilhalva, 24 anos, foi assassinado no dia 29 de agosto deste ano, durante confronto com proprietários.

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