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Cidades

Índios rejeitam acordo e exigem solução para conflito em 6 dias

Aliny Mary Dias | 24/04/2014 15:30
Terra Buriti tem 15 mil hectares que comprendem 31 fazendas (Foto: Arquivo)
Terra Buriti tem 15 mil hectares que comprendem 31 fazendas (Foto: Arquivo)

O impasse envolvendo a Reserva Indígena Buriti, área de 15 mil hectares palco de conflito entre produtores rurais e índios em Sidrolândia, está previsto para terminar em junho. Essa é a data consenso entre ruralistas e representantes do Ministério da Justiça, mas, para os indígenas, o acordo nunca existiu e a data limite para a resolução do impasse é 30 de abril, ou seja, daqui seis dias.

O suposto acordo entre os ruralistas, Governo do Estado e o assessor do Ministério, Marcelo Veiga, ocorreu no final de fevereiro, quando o representante veio de Brasília a Campo Grande para acertar o cronograma de ações. Na época, o acordo era de que até 6 de junho todas as 31 fazendas seriam compradas pela União.

No entanto, dois meses se passaram e para os índios o prazo final para resolver os trâmites é 30 de abril e se nada acontecer novas ocupações de áreas serão registradas no Estado.

“Nós nunca aceitamos esse acordo. Na última conversa com o representante do ministro, nós dizemos que nosso prazo é 30 de abril e que se nada acontecer nós vamos fazer retomadas. Os caciques já estão conversando e estamos acertando tudo”, explica Lindomar Terena, líder indígena.

E ao que tudo indica, o prazo dos índios irá terminar, a morte de Oziel Gabriel, ocorrida em 30 de maio do ano passado, irá completar um ano e o problema não será resolvido. Tudo porque há divergências entre a avaliação das terras feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Funai (Fundação Nacional do Índio) e o que os produtores acreditam.

Na proposta apresentada pelo Ministério da Justiça, a região vale R$ 78 milhões, já um levantamento paralelo feito por uma empresa contratada pelos ruralistas o valor das 15 mil hectares é R$ 130 milhões.

Na última terça-feira (22), produtores do Estado foram até Brasília apresentar uma prévia do laudo e contestar mais uma vez o valor oferecido pelo Ministério. Os produtores também querem mais detalhes sobre a forma de pagamento da indenização, dinheiro ou TDA (Título da Dívida Agrária).

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