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Interior

"Deixemos os mortos em descanso", diz irmã de Rafaat sobre túmulo violado

Mesmo após violação, restos mortais do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani ainda estão no cemitério de Ponta Porã.

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 25/07/2019 20:23
Túmulo do narcotraficante à época da violação. (Foto: Arquivo)
Túmulo do narcotraficante à época da violação. (Foto: Arquivo)

“O que eu quero é paz em meu coração e para nossa família. Deixemos os mortos em descanso”. O comentário é de Linda Rafaat à respeito da violação do túmulo do irmão, o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que continua enterrado no cemitério Cristo Rei, em Ponta Porã – cidade a 346 quilômetros de Campo Grande.

À época do caso, ainda em julho de 2017, Linda disse ao Campo Grande News que havia suspeitado de tentativa de furto de algo de valor que estivesse no túmulo e não um ataque ao corpo. Sinais de violação foram encontrados no local e a Polícia Federal foi acionada logo em seguida.

A reportagem apurou que funcionários do cemitério ainda teriam ajudado na exumação, mas foi constatado que o corpo permanecia no local, intacto. Quanto às investigações da própria PF de Mato Grosso do Sul que apontam que integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) teriam desenterrado o caixão e ateado o fogo no corpo, Linda evitou dar mais comentários.

“Se foi a Polícia Federal que fez declarações a respeito disso, não me cabe comentar”, conclui.  

Violação - Elton Leonel Rumich da Silva, o "Galã", um dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraguai, é quem teria ordenado que integrantes da facção violassem o túmulo do narcotraficante, morto a tiros de metralhadora calibre 50, em junho de 2016.

A violação aconteceu em 15 de junho de 2017, exato um ano após a execução de Rafaat, considerado o chefe da fronteira até sua morte. Em celulares apreendidos no mesmo dia, os policiais encontraram conversas em que “Galã” orienta os comparsas a sumirem com o caixão para “causar pânico e demonstrar que eles estavam fortemente na pista”.

Além de Lucas, Jonathas Carlos Gonzales, conhecido como Zóio e Luiz Henrique da Silva, o Batata, foram identificados como autores do crime através de imagens encontradas nos aparelhos. Desde a morte do narcotraficante, Elton Leonel é apontado pela polícia como o mandante do crime.

Execução - Em um ataque cinematográfico, arquitetado por Galã, Rafaat foi morto a tiros de metralhadora calibre 50, que perfuraram a blindagem do seu utilitário Hummer preto. O atirador, o também brasileiro Sérgio Lima dos Santos, foi ferido na boca por um dos seguranças de Rafaat e acabou preso.

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