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Interior

"Ela saiu e não voltou mais”, diz mãe de jovem morta pelo marido

Alex está sendo julgado no município desde às 8h desta segunda-feira (18). Apesar de o crime ter ocorrido no interior, Ísis morava na Capital

Viviane Oliveira | 18/09/2017 12:40
Dona de casa depõe durante julgamento nesta manhã (Foto: Kleber de Souza, do site Rio Pardo News)
Dona de casa depõe durante julgamento nesta manhã (Foto: Kleber de Souza, do site Rio Pardo News)

Emocionada, a dona de casa Margareth Oliveira da Silva, mãe de Ísis Caroline da Silva Santos, 21 anos, morta pelo ex-marido, o pedreiro Alex Armindo Anacleto de Souza, em julho de 2015, disse durante julgamento, que a filha saiu para jogar o lixo e não voltou mais.

O caso, que foi o primeiro feminicídio registrado no Estado, ocorreu em Ribas do Rio Pardo, distante 266 quilômetros de Campo Grande. Alex está sendo julgado no município desde às 8h desta segunda-feira (18). Apesar de o crime ter ocorrido no interior, Ísis morava na Capital.  

A vítima deixou duas filhas pequenas. Na época, as meninas tinham 3 e 6 anos. O Ministério Público denunciou Alex por homicídio qualificado, por motivo torpe, asfixia, dissimulação, feminicídio e ocultação de cadáver. 

A mãe de Ísis foi uma das primeiras a prestar depoimento. A mulher não quis depor na frente do réu. Ele foi retirado do júri até que a dona de casa terminasse de falar. "Eu dava conselho para ele arrumar outra pessoa", relata Margareth ainda inconformada com a situação. O promotor George Zarour Cezar chegou a se emocionar com o depoimento da dona de casa. "Eu me solidarizo com o sentimento da senhora", disse.

Crime - O pedreiro, conforme as investigações, matou a ex-mulher após descobrir que a vítima supostamente teria retomado o relacionamento com o pai de uma de suas filhas. Segundo a polícia, Alex convidou a vítima para passar um fim de semana juntos. Os dois seguiram em direção a BR-262.

Durante o trajeto, Alex e Ísis começaram a discutir. Alex, então, mudou o destino da viagem e levou Ísis para a beira de um rio, em Ribas do Rio Pardo. Lá, a vítima foi estuprada e asfixiada até a morte.

Após o crime, o réu arrastou o corpo da ex para o córrego e o soltou para que fosse levado pela correnteza. Ísis ficou cinco dias desaparecida. Seu corpo foi encontrado no dia 5 de julho. A lei do feminicídio - assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher - foi sancionada no dia 9 de março de 2015. 

Réu acusado de matar Ísis está preso desde desde o dia 6 de julho de 2015 (Foto: Kleber de Souza, do site Rio Pardo News)
Réu acusado de matar Ísis está preso desde desde o dia 6 de julho de 2015 (Foto: Kleber de Souza, do site Rio Pardo News)
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