Brasileiro morto por terroristas paraguaios foi alvejado por 11 tiros
Família diz que adolescente paraguaio está desaparecido após ataque, mas Ministério Público não confirma sequestro
O brasileiro Valdir do Campo, 54, assassinado por terroristas do grupo paramilitar EPP (Exército do Povo Paraguaio), foi alvejado por 11 tiros e teve o corpo deixado no campo da estância El Ciervo, região de selva entre os departamentos (equivalentes a estado) de San Pedro e Amambay.
Valdir era comerciante de madeira e trabalhava no corte de árvores com pelo menos outros quatro paraguaios quando sete homens armados usando roupas camufladas com a sigla EPP bordada nas mangas.
O promotor Federico Delfino disse a jornalistas paraguaios que o brasileiro deve ter sido assassinado entre 22h e 22h30 de ontem (19), sete horas após o sequestro. O corpo foi encontrado por volta de meia-noite perto do retiro Três Marias, na mesma fazenda, e removido só na manhã de hoje.
No acampamento, os terroristas queimaram um carro e outros produtos. Eles deixaram no local um panfleto com ameaças a quem planta soja e milho transgênico.
Familiares de um adolescente paraguaio que trabalhava com Valdir do Campo afirmam que o rapaz fugiu do local após o ataque e ainda não foi localizado. O promotor não confirmou se o adolescente pode ter sido levado pelos terroristas.
O Ministério Público investiga se os guerrilheiros já vinham ameaçando o brasileiro, já que os demais homens do acampamento foram deixados vivos. Segundo Delfino, antes de matar Valdir, o grupo de terroristas obrigou os trabalhadores a prepararem o jantar.
Equipes da Força de Tarefa Conjunta, grupo formado por policiais e homens das Forças Armadas, continuam nos arredores do distrito de Santa Rosa del Aguaray, à procura de pista dos terroristas. O EPP já faz vários ataques armados a policiais e à própria FTC.