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Interior

Chove dentro de sala de aula em escola que nunca teve reforma

Caroline Maldonado | 10/12/2015 18:47

Em dias de chuva, as goteiras são tantas que impedem as aulas em uma escola estadual de Batayporã, a 311 quilômetros de Campo Grande. Construído na década de 70, o prédio da Escola Estadual Braz Sinigália, nunca passou por reforma, segundo o MPF (Ministério Público Federal), cuja equipe visitou o local na semana passada.

Pelas más condições do telhado, goteiras tomam conta da sala, em vídeo divulgado pelo órgão. O problema não ocorre apenas nas salas de aula, mas também nas secretarias e no laboratório de informática. A escola tem ainda a obra de uma quadra de esportes coberta inacabada, que já possui danos estruturais. Além disso, as salas não têm ar-condicionado e as carteiras estão bastante danificadas.

A equipe do MPEduc (Ministério Público pela Educação) esteve também na Escola Municipal Irene Linda Zioli Crivelli, em Taquarussu, a 332 quilômetros da Capital. Segundo o órgão, desde 2013 o município não controla a frequência dos professores da escola e por lá não há rede elétrica adequada para a instalação de ar-condicionado nas salas.

A escola não tem quadra de esportes e os alunos têm que ir até o ginásio municipal para participar das atividades de Educação Física. Em contrapartida, a escola tem fornecimento de verduras e legumes de boa qualidade para a merenda escolar, adquiridos de produtores da agricultura familiar, conforme o MPF.

Na semana passada, após divulgação de informações sobre as instalações de uma escola da rede estadual em Chapadão do Sul, a SED (Secretária Estadual de Educação) informou ao Campo Grande News que equipes com engenheiros, arquitetos e técnicos de outras áreas estão percorrendo as escolas do Estado para identificar os problemas. O levantamento servirá como base para estabelecer prioridades e solucionar casos de unidades que necessitem de reforma ou ajustes de outra ordem, em 2016.

A reportagem tentou contato, por telefone, com o prefeito de Taquarussu, Roberto Tavares Almeida, para saber mais sobre as dificuldades enfrentadas pela educação no município, mas as ligações não foram atendidas.

Audiência - Antes das visitas, no dia 30 de novembro, o MPEduc relizou audiência pública na Câmara Municipal de Batayporã, com a presença de diretores, professores, pais e alunos. Mais de 120 pessoas participaram do debate sobre a qualidade da educação nos dois municípios.

A escassez de recursos do Ministério da Educação e a não-discussão e ausência de políticas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) nas escolas da rede pública de ensino foram alguns dos problemas apontados pela população.

Além de visitar as escolas e promover audiências, o MPEduc faz análise dos conselhos de educação, expedição de recomendações e o esclarecimento da população sobre o direito à educação de qualidade.

Veja o vídeo:

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