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Interior

Comerciante preso em ação contra tráfico é solto com uso de tornozeleira

Dono de loja de móveis em Ivinhema, Luiz Carlos Honório foi capturado no âmbito da Operação Lepidosiren

Por Helio de Freitas, de Dourados | 23/10/2024 16:25
O comerciante Luiz Carlos Honório, investigado por ligação com o tráfico (Foto: Reprodução)
O comerciante Luiz Carlos Honório, investigado por ligação com o tráfico (Foto: Reprodução)

Investigado por ligação com tráfico de drogas, o comerciante Luiz Carlos Honório, 65, foi solto pela Justiça Federal. A decisão foi assinada no dia 19 deste mês pelo juiz Felipe Bittencourt Potrich. Honório está em casa, monitorado por tornozeleira eletrônica.

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Luiz Carlos Honório, comerciante investigado por ligação com o tráfico de drogas, foi solto pela Justiça Federal após dois meses preso. A decisão do juiz Felipe Bittencourt Potrich, que impôs medidas cautelares como monitoramento por tornozeleira eletrônica, atendeu ao pedido da defesa e ao parecer favorável do MPF. Honório foi preso em agosto durante a Operação Lepidosiren, que investigava um carregamento de maconha apreendido em 2021. A investigação apontou ligação entre o comerciante e Ednailson Marcos Queiroz Leal, o “Pirambóia”, que continua preso, enquanto a mulher dele, Maria Eliana Ferreira Leal, está em liberdade condicional com tornozeleira. A operação também trouxe à tona a relação de Honório com o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro Barros Donato, que está sendo investigado por ocultar bens em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, mas não por tráfico de drogas.

Dono de loja de imóveis em Ivinhema, a 289 km de Campo Grande, Honório foi preso pela Polícia Federal no dia 8 de agosto deste ano, no âmbito da Operação Lepidosiren.

Investigação sobre carregamento de maconha apreendido em 2021 apontou ligação entre o comerciante e Ednailson Marcos Queiroz Leal, o “Pirambóia”.

Lepidosiren paradoxa é o nome científico da pirambóia, peixe da bacia amazônica com capacidade de respirar fora d’água. Também alvo de mandado de prisão na operação de agosto, Ednailson conseguiu fugir, mas, no mês seguinte, se entregou à PF e continua preso.

A defesa de Luiz Carlos Honório havia solicitado a transferência dele de Dourados para a cadeia em Ivinhema. Ao emitir parecer sobre o pedido, o MPF (Ministério Público Federal) se manifestou a favor de medidas cautelares alternativas à prisão preventiva, pois o acusado estava preso há mais de dois meses, tem idade avançada e ausência de risco concreto de fuga.

Além de monitoramento eletrônico, Luiz Carlos Honório não pode se mudar de endereço ou telefone sem prévia comunicação ao Juízo; tem de comparecer a todos os atos do processo; não pode ingressar em município que faça fronteira com o Paraguai até o término de eventual ação penal; não poderá sair de seu município de residência sem prévia comunicação e autorização judicial; e não poderá manter contato com os demais investigados.

Com a soltura do comerciante, dos três alvos de mandados de prisão na Operação Lepidosiren, apenas “Pirambóia” permanece recolhido. A defesa dele informou ao Campo Grande News que já pediu sua liberdade provisória com base na decisão favorável a Luiz Carlos Honório.

A mulher de “Pirambóia”, Maria Eliana Ferreira Leal, também presa em agosto, está solta desde setembro, também com uso de tornozeleira eletrônica. Ednailson é dono da Leal Veículos, loja de carros seminovos localizada no pequeno distrito de Ipezal, no município de Angélica.

Prefeito – Investigado também na Operação Defray, deflagrada no dia 15 deste mês como segunda fase da operação de agosto, Luiz Carlos Honório possui histórico de negócios com o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro Barros Donato, 41, reeleito com 81,29% dos votos no dia 6 de outubro de 2024.

A casa onde Juliano mora foi comprada de Luiz Calos Honório, assim como a caminhonete importada Silverado preta, avaliada em R$ 519 mil, apreendida pela PF no dia 15 deste mês.

Oficialmente, Juliano Ferro não é alvo de investigação por tráfico, mas responde a inquérito na Delegacia da PF em Dourados por ocultar a Silverado e uma Dodge RAM na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral. Segundo seu advogado, João Comiran, a suposta omissão de bens já foi “devidamente esclarecida” perante as autoridades. Alega que alguns dos bens estão registrados em nome da empresa de Juliano Ferro.

“Com relação aos fatos recentes, importante registrar que Juliano Ferro não é investigado. A caminhonete apreendida não pertencia mais ao Juliano. Outrossim, é oportuno salientar que o veículo foi adquirido e vendido por meios e recursos lícitos”, afirma a defesa.

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