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Interior

Desembargador nega pedido de liberdade para o Maníaco da Cruz

Marta Ferreira | 16/11/2011 17:45

Jovem que matou três pessoas em 2008 já está internado há mais de 3 anos, prazo estituplado pela lei

Foi negado pelo desembargador Romero Osme Dias Lopes o pedido de liberdade para Dionathan Celestrino, de 19 anos, que ficou conhecido como o Maníaco da Cruz, após matar três pessoas, em 2008. Ele está na Unei (Unidade Educacional de Internação de Ponta Porã), para onde foi transferido de Rio Brilhante, cidade onde vivia com a família e as pessoas foram mortas.

Dionatan tinha 16 anos à época dos crimes e o prazo legal para ficar internado venceu no dia 7 de outubro. Quando o habeas corpus foi protolocado, em outubro, o desembargador solicitou mais informações à vara de Ponta Porã, responsável pelo caso.

Como o processo corre em segredo de Justiça, não foi detalhado o tipo de informação, nem o teor da decisão do desembargador que rejeitou o pedido feito pela Defensoria Pública.

O habeas corpus pedindo a liberdade do jovem foi protocolado no dia 14, diante da falta de resposta ao pedido para soltura feito à vara de Ponta Porã. Com a negativa da liminar, o pedido vai agora para a análise definitiva de um colegiado de desembargadores. Caso a liberdade seja negada, a Defensoria terá de recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O defensor que cuida do caso na primeira instância, Eduardo Mondoni, explicou que a solicitação para que Dhionatan seja solto apenas cumpre o que é exigido pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente). A lei prevê que o adolescente infrator não pode ultrapassar o período de três anos em internação. Passado esse período o regime deve ser convertido para liberdade, semi-liberdade ou liberdade assistida.

Embora Dhionatan hoje não seja mais menor de idade, continua valendo essa regra, pois os crimes foram cometidos aos 16 anos. No dia 29 de setembro deste ano, o Judiciário pediu perícia psiquiátrica para o adolescente, mas o laudo não foi divulgado.

Normal-Na época da prisão do Maníaco, em outubro de 2008, o Ministério Público emitiu documento dizendo que o ele não tinha distúrbios mentais. Outros laudos psicológicos já foram feitos durante a sua internação. Como o processo corre em segredo de justiça, a imprensa não tem acesso ao resultado.

Na Unei, o comportamento dele é considerado bom, mas ele tem pouca convivência com outras pessoas. Recentemente, houve uma fuga de adolescentes no local, mas ele não se envolveu.

O garoto de 16 anos aterrorizou a cidade de Rio Brilhante em 2008. Fez a primeira vítima no dia 2 de julho daquele ano, quando matou o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo do cemitério do município, no dia 24 de agosto.

A terceira e vítima foi Gleice, achada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Próximo ao corpo dela ele deixou um bilhete com várias cruzes e letras soltas que, dentre as possibilidades, formava a palavra inferno.

Dionathan foi apreendido no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato, em casa. No quarto dele, foram encontrados posters do Maníaco do Parque e de um diabo, coloados ao guarda-roupa. Também foi achado um envelope de cor azul, contendo um um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho. Foram encontrados ainda três jornais com reportagens sobre os assassinatos e pertences das vítimas.

Ele matou as vítimas usando utilizava luvas cirúrgicas. Estrangulava e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo. Entrevistado pelo Campo Grande News quando foi apreendido, o adolescente demonstrou não ter arrependimento.

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