Dourados tem famílias inteiras na rua e filas enormes após lockdown
Prefeitura promete fiscalizar, mas diz que responsabilidade para evitar aglomeração é das empresas
A manhã de segunda-feira (14) é de movimento intenso, filas gigantescas e aglomeração no centro de Dourados (a 233 km de Campo Grande) no primeiro dia útil após o lockdown de duas semanas decretado para conter a disseminação da covid-19.
Quem circula pelo centro tem impressão de que se trata de véspera de Natal, data considerada a de maior volume de vendas no comércio.
Apesar da orientação dos especialistas para ficar em casa e sair só por extrema necessidade, famílias inteiras são vistas andando nas ruas e percorrendo lojas das avenidas Marcelino Pires, Joaquim Teixeira Alves e Weimar Gonçalves Torres.
Além do grande número de pessoas circulando, o que mais chama a atenção são as filas em lojas de redes nacionais para pagar boleto e nas agências bancárias.
A maior fila vista nesta manhã é para atendimento na agência da Caixa Econômica Federal da Avenida Marcelino Pires com a Rua Albino Torraca. Às 10h02, a fila começava em frente a um hotel na Weimar Torres, descia a Melvin Jones até a Marcelino Pires e seguia até o banco – 300 metros de pessoas enfileiradas esperando atendimento.
Veja o vídeo:
Ao Campo Grande News, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que equipes da Guarda Municipal estão no centro para fiscalizar os estabelecimentos comerciais quanto ao cumprimento das medidas de distanciamento e de biossegurança exigidas pelo decreto publicado sexta-feira (11).
Entretanto, segundo a prefeitura, a responsabilidade em adotar as medidas necessárias é das lojas e dos bancos, já que seria “humanamente impossível” o poder público colocar equipes para verificar o cumprimento das regras em todos os bairros e centro.
“No entendimento da prefeitura, é preciso compartilhar a responsabilidade com os lojistas, que tanto pediram que houvesse a flexibilização”, informou a assessoria do prefeito Alan Guedes (PP).
Dados apurados ontem pela reportagem mostram que levantamento parcial apontou redução de 53% no contágio pelo coronavírus durante o lockdown. Entretanto, o efeito prático só poderá ser avaliado dentro de até dez dias.