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Interior

Flagrado com armas, investigado na Omertà paga fiança de 10,4 mil

Juiz negou prisão temporária de Carlos Augusto Flores de Oliveira, mas autorizou buscas na casa dele, em Ponta Porã

Helio de Freitas, de Dourados | 19/06/2020 12:46
Viatura do Gaeco durante buscas por acusado de pistolagem, ontem, em Ivinhema (Foto: Jornal da Nova)
Viatura do Gaeco durante buscas por acusado de pistolagem, ontem, em Ivinhema (Foto: Jornal da Nova)

Um dos alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos ontem (18) na terceira fase da Operação Omertà, o empresário Carlos Augusto Flores de Oliveira, o “Carlinhos Flores”, foi preso em flagrante por porte ilegal de armas em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

O Campo Grande News apurou que ao cumprirem mandado na casa dele, na Rua Soldado Tomaz Machado, 32, no centro, policiais do Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) encontraram uma pistola calibre 380, outra calibre 40 e um revólver calibre 38.

Carlinhos Flores foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil e autuado em flagrante por crimes do sistema nacional de armas. O delegado plantonista arbitrou fiança de R$ 10.400. Carlinhos pagou o valor e foi colocado em liberdade. A prisão foi comunicada à 2ª Vara Criminal, onde o empresário vai responder ao processo.

A força-tarefa da Operação Omertà queria a prisão temporária de Carlinhos Flores na terceira fase, executada ontem, mas o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, indeferiu o pedido e autorizou apenas buscas na casa dele.

O empresário entrou na mira da Omertà após falar em uma festa que após o retorno de um dos chefes do grupo de extermínio de Mossoró (RN) para Mato Grosso do Sul, a quadrilha faria ações para demonstrar força, “em clara referência a atentados e novas execuções”.

Carlinhos Flores também foi apontado como pessoa próxima aos chefes do grupo de extermínio e estaria dando guarida ao pistoleiro José Moreira Freires, o “Zezinho”, em uma de suas fazendas no Paraguai.

Ex-guarda municipal de Campo Grande, Zezinho foi condenado a 18 anos de prisão pela execução do delegado Paulo Magalhães, ocorrida em junho de 2013. Ele também é apontado como um dos autores do assassinato do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, 20, no ano passado, na Capital.

José Moreira Freires estava entre os alvos da primeira fase da Operação Omertà, mas até hoje não foi localizado e figura na lista de procurados da Interpol.

Ao avaliar o pedido de prisão de Carlinhos Flores, o juiz afirmou não ver, por ora, motivo para tal medida e citou que as informações recebidas pelo Garras “se assemelham a denúncias anônimas e se revelam, em primeiro momento, incompatíveis com a exigência de que haja  fundadas razões de autoria”.

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