Governo promete fim de regalia em cadeia onde brasileiro matou jovem
Ministro do interior do Paraguai diz que presos só poderão ter colchão, roupas, produtos de higiene pessoal e um livro
O governo paraguaio promete acaba com a mordomia de presos no quartel da Agrupación Especializada, em Assunción, capital do país vizinho. A sede do grupo de elite da Polícia Nacional do Paraguai mantém recolhidos presos ligados a facções criminosas brasileiras.
Foi lá que no dia 17 deste mês o narcotraficante carioca Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, matou uma mulher paraguaia de 18 anos de idade que o visitava na cadeia.
O criminoso do Comando Vermelho desferiu pelo menos 16 golpes de faca na jovem, numa tentativa de impedir sua extradição. Na segunda-feira (19), Marcelo Piloto foi expulso por ordem do presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez.
Após a expulsão do traficante brasileiro, autoridades paraguaias fizeram uma vistoria nas celas e descobriram que muitos presos contam com regalias em troca de propinas pagas a policiais e carcereiros.
Ontem (22), a Promotoria de Justiça já tinha ordenado a retirada de privilégios dos presos. O promotor Hugo Volpe comandou a ação para remoção de geladeiras, microondas, mesas, TV de plasma e até videogames Playstation. Algumas tinham cozinhas montadas, como frutas e verduras frescas.
O ministro do Interior Juan Ernesto Villamayor reconheceu o privilégio dado a alguns presos e prometeu acabar com as regalias. Segundo ele, a partir de agora os internos terão apenas produtos essenciais, como um colchão, materiais de higiene pessoal, roupas e um livro.
“Vamos continuar desmontando as celas vip”, prometeu o político paraguaio. Villamayor também afirmou que o governo vai investigar como eletrodomésticos e eletrônicos entraram na cadeia.
Entre os presos que permanecem na Agrupación Especializada estão o ex-senador do Partido Colorado Óscar González Daher, seu filho Óscar González Chávez, presos por enriquecimento ilícito.
Também está no quartel o narcotraficante Reinaldo Javier Cabaña Santacruz, o “Cucho” e Alcides Oviedo Brítez e Aldo Meza, líderes do grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio), o mesmo que nesta semana matou um madeireiro brasileiro numa área de retirada de madeira entre os estados de San Pedro e Amambay.