Expulso do Paraguai, Marcelo Piloto é entregue à polícia brasileira
Presidente paraguaio disse que decidiu expulsar bandido brasileiro para seu país não se tornar terra de impunidade

O narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Veiga Pinheiro, o Marcelo Piloto, já está em poder da Polícia Federal brasileira. Expulso na madrugada desta segunda-feira (19) pelo governo do Paraguai, ele foi entregue às 7h a agentes federais na Ponte da Amizade, que liga Ciudad Del Este a Foz do Iguaçu (PR).
De acordo com a “ata de expulsão”, assinada por autoridades do setor de migrações do Paraguai e pelo próprio Marcelo Piloto, o narcotraficante foi entregue ao delegado da Polícia Federal Carlos Eduardo Vieira Biachi, no posto de controle migratório, na Ponte da Amizade.
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Levado em um helicóptero da Força Aérea paraguaia do quartel da Agrupación Especializada, onde estava preso, para o Grupo Aerotático da Força Aérea Paraguaia, na cidade de Luque, a 15 km de Assunción, a capital paraguaia. De lá, foi levado de avião para Ciudad Del Este.
Em seu perfil no Twitter, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse que decidiu expulsar Marcelo Piloto, para que seu país "não seja terra de impunidade para ninguém".
O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre qual o destino do bandido carioca e um dos principais líderes da facção Comando Vermelho que por cinco anos circulou livremente pelo Paraguai mandando drogas e armas para os morros cariocas.
Marcelo Piloto tem 43 anos de idade e desde a juventude está no mundo do crime. Ele está condenado a 26 anos de prisão por assalto e homicídio no Rio de Janeiro, sendo 15 anos ainda a serem cumpridos.
O bandido foi preso em dezembro do ano passado em Encarnación e levado para a sede da Agrupación Especializada por medida de segurança. Nos últimos meses, aumentaram os boatos de uma tentativa de resgate do criminoso.
Em outubro, a polícia paraguaia prendeu cinco cariocas, entre eles a mulher de Piloto, em duas casas em Assunção. Eles estavam com um arsenal, que seria usado no plano de resgate.
Algumas semanas depois, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) matou três brasileiros em uma casa na cidade de Presidente Franco. Com os bandidos foi encontrado um carro-bomba com 84 quilos de dinamite. O Paraguai diz que o carro seria usado para tentar resgatar Marcelo Piloto.
No sábado (18), Marcelo Piloto matou dentro da cela onde estava a jovem Lidia Meza Burgos, 18, que o visitava pela segunda vez. A intenção seria evitar a extradição. Lidia foi morta com 16 golpes de faca.