Presidente promete reagir com medida drástica a assassinato em cela
O crime teria sido premeditado para evitar a volta do narcotraficante Marcelo Piloto, ao Brasil
Após assassinato dentro de uma das celas do Agrupamento Especializado de Assunção na tarde de ontem (17), o presidente do Paraguai, Mário Abdo Benitez, disse que vai tomar “medidas drásticas”. Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos lideres da facção carioca Comando Vermelho, é suspeito de matar uma mulher durante visita íntima. Ele está preso e espera para ser extraditado. Marcelo Piloto usava rotas que passam por Mato Grosso do Sul para abastecer os morros cariocas com drogas e armas.
O crime teria sido premeditado para evitar a volta do narcotraficante ao Brasil. A reunião entre o presidente e o Conselho de Segurança interna ocorreu no inicio deste domingo. Segundo apurado pelo jornal local, o presidente tomará decisões drásticas, que não foram divulgadas, sobre o assassinato da jovem. Após o crime, as autoridades anunciaram uma varredura geral no Agrupamento Especializado.
A defesa de Marcelo Piloto disse que agora ele deve ser julgado por homicídio e que isso deve impedir sua extradição. Questionado sobre a possibilidade de extradição do piloto após o assassinato, o ministro do interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, disse que, apesar da vontade do executivo, o poder judiciário que deve decidir sobre o destino do narcotraficante.
Caso - Lídia Meza Burgos, 18 anos, foi morta com pelo menos 16 facadas, a maioria na região do pescoço. Lídia foi encontrada já ferida depois que um agente da penitenciária ouviu gritos vindos da cela do narcotraficante brasileiro. Ela chegou a ser levada ao Hospital General Barrio Obrero, mas não resistiu aos ferimentos. A suspeita é de que o assassinato seja uma estratégia para impedir, ou pelo menos atrasar, a extradição do bandido ao Brasil, já que todos os recursos legais para isso foram negados pela justiça.
Prisão - Preso há quase um ano no Paraguai, de onde comandava o envio de drogas e armas para os morros cariocas dominados pelo Comando Vermelho, o narcotraficante tem 26 anos de prisão a cumprir no Rio de Janeiro.
Após ser preso, Marcelo Piloto contou informalmente aos policiais que a cada dois meses enviava carregamento de maconha e armas para as favelas do Rio. As cargas eram transportadas em fundos falsos de caminhões que passavam por Mato Grosso do Sul e São Paulo. Quando o carregamento chegava ao destino, Piloto chegava a lucrar R$ 500 mil com cada carregamento.