Homem é preso, admite feminicídio e indica onde escondeu a arma do crime
Suspeito levou policiais até o quintal do pai, onde o revólver foi achado dentro de um saco de arroz
RESUMO
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Carlos Alberto da Silva, 38 anos, foi preso na noite de domingo (19) após se apresentar à Polícia Civil de Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande. Ele é suspeito de ter matado a tiros a companheira Andrea Ferreira, de 40 anos, no último dia 12, dentro da casa onde moravam.
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Segundo o delegado Antenor Batista, responsável pelo caso, Carlos confessou o crime durante interrogatório e indicou o local onde havia escondido a arma usada no assassinato, um revólver calibre .38 Taurus, encontrado no quintal da casa do pai dele, enrolado em várias sacolas plásticas e dentro de um saco de arroz. O local estava tomado por mato alto.
Durante as diligências, a equipe da Polícia Civil percebeu indícios de que o pai do suspeito poderia estar abrigando o filho. “Quando fomos à casa do pai, havia duas camas de casal arrumadas e uma balança de precisão. Ele negava saber da balança e dizia que dormia em uma cama num dia e na outra no seguinte. Aquilo não convenceu”, relatou o delegado.
A busca pela arma foi feita após a quebra de sigilo telemático do celular do suspeito, que indicou possíveis deslocamentos entre os bairros Nova Lima e Colúmbia, em Campo Grande. As equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e da 2ª Delegacia de Polícia da Capital apoiaram as buscas, mas não encontraram o suspeito na cidade.
De acordo com o delegado, o autor vivia com Andrea havia cerca de nove anos e o relacionamento era marcado por brigas constantes. “Ele contou que ela já havia quebrado quatro carros dele e que o casal discutia com frequência. O estopim teria sido o fato de a vítima descobrir que ele engravidou a nora dela”, disse Batista.
Na noite do crime, o casal teria consumido quase três caixas de cerveja. Após voltarem de um terço na casa de uma vizinha, começaram a discutir novamente. “Ele contou que ela pegou uma faca e ameaçou matá-lo. Quando tentou sair, ouviu o barulho de vidro quebrando no carro, um HB20 preto. Então pegou a arma e mandou que ela parasse. Ela teria dito ‘atira’, e ele disparou duas vezes”, relatou o delegado.
Os tiros atingiram a cabeça de Andrea. Carlos disse acreditar que os disparos haviam sido de raspão e fugiu em seguida, caminhando por uma estrada e dormindo em matagal.
Após a apresentação na delegacia, ele colaborou com as investigações, levando os policiais até o esconderijo da arma e das munições, duas delas encontradas dentro do guarda-roupa na casa onde morava.
O suspeito foi indiciado por feminicídio e encaminhado nesta tarde foi encaminhado a audiência de custódia. Segundo o delegado Antenor Batista, “trata-se de um crime movido por ciúmes e raiva”.
Este é o 30º feminicídio de Mato Grosso do Sul em 2025.

O crime - Conforme apurado pela reportagem, o casal havia reatado o relacionamento duas semanas antes do crime, após período de separação. Andrea danificou o veículo HB20 de Carlos, quebrando o vidro traseiro, furando os quatro pneus e arremessando pedras na lataria. Os dois haviam ingerido bebida alcoólica momentos antes da briga na residência.
A filha adolescente da vítima estava em casa com o namorado quando os disparos ocorreram. Carlos mandou que eles permanecessem no interior da casa e, ao saírem, encontraram Andrea caída e sangrando. Ela foi socorrida para o hospital municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
No local do crime, a polícia encontrou uma faca, pedras, poça de sangue e objetos ligados ao veículo danificado. Dentro da casa, os policiais acharam porção de cocaína, balança de precisão e invólucros transparentes. A filha da vítima informou que o material pertencia ao padrasto de Carlos, que vendia a droga a pedido dele.
Carlos já havia registrado boletim de ocorrência pelo dano no veículo, e Andrea tinha dois registros de violência doméstica contra o companheiro, em 2023 e 2024.
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