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Interior

Índios pedem dinheiro para deixar áreas invadidas, denunciam sitiantes

Em vídeo, homem que seria líder do grupo que reivindica áreas nos arredores da aldeia Bororó pede R$ 200 mil para deixar sítios

Helio de Freitas, de Dourados | 02/01/2019 15:42
Homem em moto seria um dos líderes de índios que mantêm sítios invadidos em Dourados (Foto: Reprodução)
Homem em moto seria um dos líderes de índios que mantêm sítios invadidos em Dourados (Foto: Reprodução)

Proprietários de sítios localizados na região norte do município de Dourados denunciam que líderes indígenas estão pedindo dinheiro para desocupar as áreas, algumas invadidas há quase três anos. Moradores de fazendas e sítios também são alvos constantes de ameaças de invasão e no mês passado tiveram até de chamar a Polícia Militar para conseguir aplicar herbicida nas lavouras de soja.

O Campo Grande News apurou nesta quarta-feira (2) que as extorsões vêm sendo feitas há meses. Alguns sitiantes já teriam até dado dinheiro aos líderes das invasões, mas a promessa de desocupação não foi cumprida.

Recentemente houve nova tentativa de invasão a proprietários de sítios localizados nos arredores da Avenida Guaicurus, nos fundos da aldeia Bororó. Pelo menos 30 propriedades da região estão ameaçadas de invasão, algumas delas ocupadas, segundo os moradores.

Em vídeo gravado por um funcionário do sítio, um homem em uma moto, usando capacete, pede dinheiro para convencer os demais índios a deixarem as terras. Primeiro ele fala em 200 reais e depois diz que o valor é de R$ 200 mil.

Segundo o funcionário do sítio que conversou com o homem, ele seria Chatalin Graito Benites, líder de várias invasões nos arredores da reserva indígena local.

Em abril do ano passado, Chatalin chegou a ser foi preso acusado de porte ilegal de arma de uso restrito. O filho dele, de seis anos de idade, foi baleado na coxa direita pelo irmão, de nove anos, quando brincavam com a pistola de Chatalin.

Naquele mesmo mês, o juiz substituto da 1ª Vara Federal Rubens Petrucci Junior determinou a reintegração de posse de uma das áreas invadidas pelo grupo de Chatalin, a fazenda Curral de Arame.

Na decisão, o juiz federal rejeitou a manutenção dos índios com base no marco temporal estabelecido em 2009 pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do caso envolvendo a reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.

“No marco temporal fixado pelo STF, não havia ocupação em caráter permanente por parte dos indígenas na propriedade”, afirmou Rubens Petrucci Junior. O marco temporal estabeleceu que só áreas ocupadas pelos índios até a promulgação da Constituição de 1988 podem ser demarcadas.

Rubens Petrucci Junior também negou o pedido de perícia topográfica solicitada pelos órgãos de defesa dos índios para averiguar se o imóvel invadido está inserido na área de 3.600 hectares da reserva local. Segundo ele, a perícia seria inútil para a demonstração do marco temporal.

Apesar da decisão favorável aos proprietários, o juiz não estabeleceu prazo para a desocupação da área, nem citou eventual despejo com uso de força policial, caso a reintegração não fosse cumprida amigavelmente. Até agora a área continua invadida.

Veja abaixo o vídeo em que o suposto líder dos índios pede dinheiro para desocupar as áreas invadidas:

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