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Interior

Juízes de zona de guerra na fronteira cobram proteção para cumprir a lei

Magistrados de Amambay foram recebidos pelo presidente da Corte Suprema de Justiça do Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 03/08/2021 16:30
Juízes de Amambay com o presidente da Corte Suprema do Paraguai. (Foto: ABC Color)
Juízes de Amambay com o presidente da Corte Suprema do Paraguai. (Foto: ABC Color)

Juízes paraguaios que atuam na zona de guerra do crime organizado, na linha internacional com Mato Grosso do Sul, cobram proteção para exercer suas funções e fazer cumprir a lei no trecho mais violento das fronteiras do Paraguai com seus vizinhos sul-americanos.

No dia 20 de julho, pistoleiro de moto disparou vários tiros de pistola 9 milímetros em direção à casa do juiz Luis Alberto Benítez Noguera, em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande) e capital do departamento de Amambay.

Hoje (3), representantes dos magistrados de Amambay foram recebidos pelo presidente da Corte Suprema de Justiça do Paraguai, César Diesel, para exigir garantias do livre exercício de suas funções.

Além de Pedro Juan, outras cidades de Amambay marcadas pela violência do narcotráfico são Capitán Bado, vizinha de Coronel Sapucaia, Sanja Pytã, ao lado de Sanga Puitã, e Bella Vista, separada de Bela Vista (MS) pelo Rio Apa.

Atualmente, a fronteira enfrenta outra guerra entre facções rivais com promessa de “banho de sangue jamais visto” em confrontos entre os “justiceiros da fronteira” e os “Guardiões do Crime do Brasil”.

Luis Alberto Benítez Noguera, que também é o presidente da Circunscrição Judicial de Amambay, liderou a comitiva, formada ainda pelos juízes Éver Miguel Arévalos Leiva, Sandro Vera Ortiz e Sadi Estela López Sanabria.

César Diesel se comprometeu a conversar com o comandante da Polícia Nacional Luis Arias e com a procuradora-geral Sandra Quiñonez para cobrar ações coordenadas de proteção aos magistrados.

Suspeitos – Segundo a polícia paraguaia, dois suspeitos pelo ataque à casa do juiz já foram presos, o brasileiro Luis Alberto Gonçalves e o paraguaio Óscar Ortega.

Gonçalves teria disparado os tiros a mando de Ortega, para pressionar o juiz por causa de processos criminais em andamento na cidade. Como os dois não estão sendo processados, a polícia suspeita que eles agiram por interesse de outros bandidos da fronteira.

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