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Interior

Justiça concede liberdade a indígenas presos em área de ocupação

Foram detidos por resistência Clara Barbosa de Almeida, Adalton Barbosa de Almeida e Lucimar Sanbrio

Gabriel Neris | 04/03/2023 13:47
Indígena observa PM em fazenda de Rio Brilhante (Foto: Direto das Ruas)
Indígena observa PM em fazenda de Rio Brilhante (Foto: Direto das Ruas)

A juíza Monique Antunes Krieger, da Comarca de Plantão da X Região, concedeu liberdade provisória aos três indígenas presos durante reintegração de posse na Fazenda Do Inho, em Rio Brilhante, a 160 km de Campo Grande.

Conforme despacho, a juíza apontou que os três não possuem antecedentes criminais e não havia necessidade de decretação de prisão preventiva.

Foram presos por resistência e desobediência Clara Barbosa de Almeida, Adalton Barbosa de Almeida e Lucimar Sanbrio Centurião.

Esta é a segunda vez em um ano que os indígenas ocupam a Fazenda Do Inho e são despejados pela Polícia Militar. Em 27 de fevereiro do ano passado, o grupo foi retirado à força pelo Batalhão de Choque, mesmo sem ordem judicial. Na época, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) denunciou que três pessoas foram feridas por balas de borracha.

A fazenda pertence aos herdeiros de Raul das Neves. O filho dele, Raul das Neves Júnior, o Raulzinho, é presidente do PT em Rio Brilhante. O MPF (Ministério Público Federal) foi a Rio Brilhante acompanhar a situação dos indígenas e investigar se houve ação ilegal da PM durante a desocupação.



Na sexta-feira, o titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), Antonio Carlos Videira, disse ao Campo Grande News que havia risco de confronto na região.

“A exemplo da invasão anterior na mesma propriedade, acampados sem terra pretendiam invadir a área para pressionar a criação ali de um assentamento, cuja desapropriação geraria indenização ao produtor, porém como a área também é desejada pelos indígenas que estão ao lado, esses resolveram invadir antes”, pontuou.

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