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Interior

MST denuncia milícia armada em fazenda ocupada por sem-terra

Helio de Freitas, de Dourados | 22/09/2015 15:21
MST diz que milícia armada próxima à área ocupada é ameaça para famílias sem-terra (Foto: Divulgação/MST)
MST diz que milícia armada próxima à área ocupada é ameaça para famílias sem-terra (Foto: Divulgação/MST)

Milícias armadas estariam circulando nos arredores do acampamento sem-terra montado desde 21 de agosto deste ano na Fazenda Saco do Céu, no distrito de Casa Verde, município de Nova Andradina, na divisa com São Paulo. De acordo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), as milícias começaram a aparecer alguns dias após a ocupação.

Pelo menos mil famílias ocupam a fazenda, que já passou por vistoria, mas o processo de compra ainda não teve avanço.

“São dezenas de seguranças altamente armados, andando pela área, onde se encontram crianças, jovens, idosos e mulheres. Já houve ameaças e inclusive tiros foram dados contra as famílias acampadas na área”, afirma o MST em nota distribuída nesta terça-feira através da assessoria de imprensa.

O MST afirma que a impunidade impera em Mato Grosso do Sul na questão da reforma agrária, paralisada há cinco anos. “Se não lutarmos e formos para o embate, nossas famílias continuarão às margens das rodovias, morando em barracos de lonas, totalmente abandonadas pelos poderes constituídos. Atualmente temos acampamentos que já possuem doze anos de existência e até agora nada de acesso à terra”, afirma o movimento.

Pedido de socorro – Segundo o MST, a denúncia feita em nota encaminhada aos veículos de comunicação é “um pedido de socorro” diante dos constantes conflitos por terra em Mato Grosso do Sul. “Recentemente assistimos a morte de mais uma lideranças indígena, Semião Vilhalva, no município de Antônio João, que assim como tantos outros foram assassinados pelo coronelismo que impera em nosso Estado e nada foi feito, nenhum culpado punido e nós temos medo de que nossas famílias também possam ser vítimas de ataques inesperados”.

O MST protesta também contra a situação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em MS. “Não há estrutura física e nem financeira para tocar os trabalhos necessários. Não é à toa que os funcionários fizeram grande movimentação grevista. Até o momento ainda aguardamos a nomeação definitiva de um superintendente que possa tocar as questões necessárias”.

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