Operação na fronteira apreende 5 toneladas de mercadorias e 2,2 kg de cocaína
Fetos de lhama e porcos, achados junto às cargas, abastecem mercado esotérico em SP

Em mais uma ação integrada abrangendo a fronteira de Corumbá com a Bolívia, entre o Posto Esdras e estradas vicinais, e o posto de fiscalização Lampião Aceso, na BR-262, a Receita Federal, Polícia Militar e agentes sanitários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apreenderam cinco toneladas de muamba e 2,2 quilos de cocaína.
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Apreensões na fronteira de Corumbá com a Bolívia totalizaram cinco toneladas de mercadorias ilegais e 2,2 kg de cocaína. A operação integrada entre Receita Federal, Polícia Militar e Ministério da Agricultura ocorreu entre sexta-feira (25) e esta segunda-feira. Foram fiscalizados ônibus interestaduais e cinco clandestinos que transportavam bolivianos em busca de trabalho em São Paulo. Dois bolivianos foram presos por tráfico de drogas após ingerirem 100 cápsulas de cocaína cada. Além de roupas, combustíveis e alimentos, foram apreendidos 20 fetos de lhamas e 10 de porcos, destinados a rituais da comunidade andina em São Paulo. A Receita Federal alerta para o risco sanitário que esses produtos representam.
A operação foi desencadeada na sexta-feira (25) e encerrada na manhã desta segunda-feira. Foram vistoriados diversos veículos, ônibus de linha interestadual e cinco ônibus de turismo clandestinos, os quais transportam famílias de bolivianos em busca de empregos em São Paulo.
Com o apoio de um cão de faro da Receita Federal, dois passageiros bolivianos, de 24 e 31 anos, foram presos portando drogas: eles ingeriram, cada um, 100 cápsulas de substância análoga à cocaína, suspeita confirmada após exame de raio-X realizado em hospital da cidade. A ingestão do entorpecente tem sido um dos principais métodos dos traficantes para tentar burlar a fiscalização.
Risco sanitário - Além de mercadorias, incluindo vestuários, combustíveis e alimentos proibidos, foram apreendidos 20 fetos de ihamas e 10 fetos de porcos, prática que vem se tornando comum na região. Segundo as autoridades, estes produtos abastecem o mercado esotérico em São Paulo pela comunidade andina, cujos rituais são realizados nos meses de agosto a dezembro.
“Os fetos representam elevado risco sanitário à agricultura e pecuária nacional”, alertou a Receita Federal, em nota.