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Interior

Paraguai promete mais segurança na fronteira após morte de oficial

Comissário Rufino Acosta morreu em confronto com supostos sequestradores, ontem a 1 quilômetro de Aral Moreira (MS)

Helio de Freitas, de Dourados | 25/01/2019 10:45
Soldados paraguaios com um dos bandidos presos ontem na fronteira com MS (Foto: Divulgação)
Soldados paraguaios com um dos bandidos presos ontem na fronteira com MS (Foto: Divulgação)

O alto comando da Polícia Nacional do Paraguai prometeu reforçar a segurança na região norte do país, na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul, para enfrentar os grupos criminosos presentes nas regiões de Bella Vista Norte, Pedro Juan Caballero e Capitán Bado.

As três cidades paraguaias são vizinhas das sul-mato-grossenses Bela Vista, Ponta Porã e Coronel Sapucaia e se transformaram em base de facções criminosas instaladas na fronteira para controlar o tráfico de drogas e de armas, assaltos e sequestros.

A promessa foi feita nesta sexta-feira (25) pelo comandante da Polícia Nacional, comissário geral Walter Vazquez, um dia depois da morte do comissário Rufino Acosta, subchefe do departamento antisequestro, ocorrida ontem na zona rural de Capitán Bado, a 1 km de Aral Moreira (MS).

“A polícia não vai recuar e vamos para a guerra contra esses bandidos. A partir de agora, para dar mais segurança à população, vamos reforçar o policiamento com pessoal tático e especializado em operações de guerra”, afirmou Vazquez.

O comissário Rufino Acosta morreu em confronto com os supostos sequestradores do fazendeiro e empresário Silvino Villalba Salinas, 65, levado na manhã de terça-feira (22) e regatado por volta de 15h do mesmo dia em uma área de mata na zona rural de Capitán Bado.

A família confirmou o pagamento de R$ 50 mil dos R$ 70 mil que os sequestradores exigiram para libertar Silvino. O capataz da fazenda do pecuarista também foi sequestrado e libertado com ele.

Rafael Benítez dos Santos ficou ferido no confronto com a polícia (Foto: Direto das Ruas)
Rafael Benítez dos Santos ficou ferido no confronto com a polícia (Foto: Direto das Ruas)

Quadrilha da pesada – De acordo com policiais paraguaios, a quadrilha que enfrentou a equipe antisequestro na divisa com Mato Grosso do Sul é “da pesada”, formada por bandidos perigosos e com antecedentes por crimes violentos, como sequestro, homicídio e extorsão.

Estanislao Ferreira Chávez, 50, o bandido morto na troca de tiros com os policiais, era procurado por assassinato. Além dele, outros quatro suspeitos foram presos, todos com várias passagens pela polícia.

Os quatro presos foram identificados como Cecilio Candia Cáceres, 35, o comerciante Rafael Benítez dos Santos, 53, Crispín Ferreira, 43, e Plácido González, 39.

Com ordem de captura por homicídio e sequestro, Cecilio Cáceres ficou gravemente ferido e está internado com escolta policial em Pedro Juan Caballero. Rafael dos Santos também ficou ferido, mas sem gravidade.

Crispín também foi preso no local da troca de tiros, mas o quarto bandido detido, Plácido González, só foi localizado horas depois, a 5 km do local do confronto. Ele estava em uma moto e carregava celulares e um rádio comunicador.

Conforme o comissário geral Walter Vazquez, a quadrilha agia em toda a região de fronteira, sequestrando, matando e extorquindo moradores.

Armados com escopetas e pistolas automáticas, os bandidos agiam usando roupas camufladas e coletes à prova de bala. Na caminhonete Mitsubishi usada pela quadrilha foram encontradas três espingardas calibre 12, uma pistola 9 mm, roupas táticas, uniformes camuflados, capacetes e dinheiro brasileiro, cujo valor não foi informado.

As buscas a outros membros da quadrilha foram retomadas nesta sexta-feira, já que existe informação sobre pelo menos mais dois integrantes, um homem e uma mulher. Eles fugiram para o mato durante a troca de tiros.

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