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Interior

Pela rodovia, corpo de mulher transferida para Rondônia deve chegar na madrugada

Estimativa é de 35h de viagem, corpo de Nice Menani, 1ª paciente transferida que morreu vai para Dourados

Paula Maciulevicius Brasil | 09/06/2021 09:49
Nice tinha 52 anos e saiu de Dourados na última sexta-feira para ocupar uma vaga de UTI em Porto Velho, Rondônia. (Foto: Reprodução/Facebook)
Nice tinha 52 anos e saiu de Dourados na última sexta-feira para ocupar uma vaga de UTI em Porto Velho, Rondônia. (Foto: Reprodução/Facebook)

A família espera sepultar Nice Menani, de 52 anos, somente amanhã de manhã, no cemitério Santo Antônio, em Dourados. A previsão é de que o corpo chegue apenas no início da madrugada desta quinta-feira, depois de 35h de viagem. Nice estava em Porto Velho, capital de Rondônia, e foi a primeira paciente transferida por falta de vaga em UTI a morrer.

Segundo familiares, o corpo da empregada doméstica saiu de Porto Velho às 13h30 dessa terça-feira (8) por via terrestre. São quase 2,4 mil quilômetros de distância entre a capital de Rondônia e a cidade de Dourados.

"Para chegar aqui e vem velório não vai ter, vai ser direto para o enterro", lamenta o marido, o motorista Ramão Claudionor Ximenes, de 50 anos.

O translado será custeado pelo Governo do Estado que informou que o SUS que custeia em convênio com a pax. Foi uma equipe da funerária daqui de Campo Grande até Porto Velho para liberar o corpo e trazê-lo. Quase três dias de viagem só para ir.

Nice foi uma das nove pacientes transferidas para Rondônia na última sexta-feira (4). Ela estava melhor e chegou a sair da UTI do hospital em Porto Velho, mas passou mal novamente e teve uma parada cardíaca.

De acordo com o marido, na terça de manhã ela deixou a UTI, e à tarde, enquanto ia ao banheiro, gritou por socorro ao sentir fortes dores de cabeça e no peito. Os médicos tentaram reanimá-la, mas ela não resistiu.

Já são três pacientes transferidos que morreram fora do Estado. Depois de Nice, teve o dono do pesqueiro São Sebastião, Antônio de Souza Ferreira, o Toninho, de 53 anos, que foi de Maracaju para São Paulo, e um homem de 66 anos de Campo Grande que também estava em São Paulo.

Até agora foram transferidos 21 pacientes para Rondônia e São Paulo. A SES (Secretaria Estadual de Saúde), estuda a possibilidade de novas transferências para São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo e até para o Amazonas.

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