PF faz mistério, mas Jarvis Pavão deve ficar em presídio na região norte
O narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, 49, extraditado hoje do Paraguai, deve ficar no Presídio Federal de Porto Velho (RO). A Polícia Federal brasileira, que buscou “barão da droga” na capital paraguaia em avião próprio, faz mistério sobre o destino, mas, ao contrário do informado pelos advogados de defesa, Pavão não deve ficar em Santa Catarina.
O bandido sul-mato-grossense está condenado a 17 anos e 8 meses de prisão em Balneário Camboriú, no litoral catarinense. Foi por causa dessa condenação que ele foi extraditado, mas o secretário-adjunto de Justiça e Cidadania de SC, Leandro Soares Lima, disse que não recebeu qualquer comunicado sobre uma possível transferência para unidades prisionais catarinenses.
Segundo Leandro, se a PF o levasse para Santa Catarina, o Estado pediria que Pavão fosse levado para uma unidade federal, mas Ministério da Justiça descartou a transferência para SC. O avião da PF pousou em Brasília, para depois seguir para a cidade onde fica o presídio federal, possivelmente a capital rondoniense.
Barão da droga – De acordo com o jornal Diário Catarinense, Jarvis Pavão, natural de Ponta Porã (MS), se mudou em Santa Catarina nos anos 1990. Fixou residência em Balneário Camboriú, onde tinha comércio de veículos para esconder os negócios do tráfico.
Suspeito de ligação com o crime organizado, Pavão chegou a ser preso em Balneário Camboriú com 25 quilos de cocaína. Na época, a Polícia Federal apontou o traficante como responsável por 80% do comércio de drogas em Balneário Camboriú e Itajaí.
Mesmo assim, Pavão ganhou liberdade. Quando a PF reuniu provas de seu envolvimento com um grande esquema de distribuição de drogas, inclusive usando uma empresa de importação de cerveja como fachada, ele se refugiou no Paraguai, onde foi preso, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul, no dia 27 de dezembro de 2009.
Até julho do ano passado, Pavão ficou preso no presídio de Tacumbú, em Assunção, onde mandou construir uma estrutura luxuosa, com sala de visita, geladeira, cama box, banheiro exclusivo, TV de LED, ar condicionado e até uma sala para cultos evangélicos.
Por 17 meses ele ficou na sede da Agrupación Especializada, ao lado de Tacumbú, onde continuou contando com regalias enquanto o governo paraguaio se cercava de cuidados temendo um resgate.
Jarvis Pavão chegou a ser apontado pelo governo do país vizinho como mentor do assassinato do então “dono da fronteira”, Jorge Rafaat Toumani, ocorrido me junho do ano passado, em Pedro Juan Caballero.
Jarvis nega o crime e diz que ele e Rafaat eram amigos. Os dois foram sócios no passado, mas Pavão se aliou ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
Rafaat não permitia a presença da facção criminosa na fronteira e esse teria sido o principal motivo para sua morte. Atualmente o PCC é, segundo o governo paraguaio, a principal facção criminosa em atividade naquele país.