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Interior

Piloto de helicóptero abatido trabalha para Motinha, narcotraficante foragido

Em 2021, Dejair Alves da Silva havia sido preso no PR com carga de cocaína do narcotraficante “Motinha

Por Helio de Freitas, de Dourados | 19/06/2024 15:35
Helicóptero que saiu da fronteira com cocaína e foi apreendido no Paraná (Foto: Direto das Ruas)
Helicóptero que saiu da fronteira com cocaína e foi apreendido no Paraná (Foto: Direto das Ruas)

O piloto do helicóptero “derrubado” a tiros pela polícia com 243,7 quilos de pasta-base de cocaína no norte do Paraná após decolar da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, faz parte da equipe a serviço do narcotraficante Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, conhecido como “Motinha” e “Dom”.

Um dos principais traficantes da fronteira na atualidade, “Motinha” já escapou de três operações da Polícia Federal fugindo de helicóptero e atualmente é procurado em todo o continente.

Considerado especialista em voo noturno, Dejair Alves da Silva, 52, foi preso pela quarta vez transportando droga por meio aéreo. Apesar do historio de ligação com “Motinha”, ainda não há nenhum indício de que a carga apreendida ontem tenha sido despachada pelo cartel de Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota.

A apreensão ocorreu nesta quarta-feira (18), em Jaguapitã, cidade de 15 mil habitantes a 59 km de Londrina e a 368 da divisa com Mato Grosso do Sul. A aeronave decolou com a cocaína da região de Amambai, cidade a menos de 40 km do território paraguaio e uma das principais portas de entrada de drogas e armas trazidas do país vizinho.

Segundo a Polícia Federal, as investigações foram feitas pela delegacia de Ponta Porã em conjunto com a delegacia de Londrina (PR).

Após ser detectado em Amambai, o helicóptero passou a ser acompanhado. Policiais federais lotados em Londrina, Maringá, Naviraí e Ponta Porã foram a campo para interceptar a aeronave com a droga.

Três helicópteros do Comando de Aviação Operacional da Polícia Federal e dos Batalhões de Operações Aéreas da PM do Paraná iniciaram a tentativa de abordagem. Durante a fuga, o helicóptero com a droga fez manobras ofensivas para tentar fugir, mas foi atingido por tiros e o piloto teve de pousar nos arredores de Jaguapitã.

Dejair Alves da Silva foi preso por policiais militares e depois entregue à PF. Ele não carregava documentos, mas falou seu nome completo aos policiais e foi levado para a Delegacia da PF em Londrina.

Helicóptero apreendido com meia tonelada de cocaína, em abril de 2019 (Foto: Divulgação/PF)
Helicóptero apreendido com meia tonelada de cocaína, em abril de 2019 (Foto: Divulgação/PF)

Prisões – Narcopiloto conhecido no submundo do tráfico, Dejair havia sido preso em 13 de abril de 2019, horas após a PF apreender um helicóptero com meia tonelada de cocaína na região de Presidente Prudente (SP).

No momento da apreensão, a aeronave estava sendo abastecida em um canavial. O dono do helicóptero, Danilo Sousa Novais, e Mariana Wiezel Batista, que ficava na rodovia para avisar sobre a chegada da polícia, foram presos, mas o piloto e outros integrantes da organização conseguiram escapar.

No mesmo dia, ele foi preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Boituva, a 440 de Presidente Prudente. Com ele foram presos Welington Santana Furtuoso e Luiz Alberto Souza Alves. Segundo a PF, o dono da carga era Danilo Novais, também proprietário da aeronave, avaliada em R$ 4 milhões.

Em 21 de fevereiro de 2021, Dejair foi preso de novo. Ele pilotava o helicóptero prefixo PR-JPE, interceptado pela Polícia Federal com 247 quilos de cocaína em Santa Mônica, outra cidade da região norte do Paraná.

Segundo a polícia, a aeronave pertencia ao cartel de “Motinha” e foi uma das nove apreendidas ou que caíram com droga no período de 2020 a 2022.

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