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Interior

Polícia ainda procura três envolvidos em assassinato de traficante

Delegado diz que ordem era sequestrar, torturar e matar Eliston Aparecido Pereira da Silva

Por Helio de Freitas, de Dourados | 19/02/2024 10:01


Pelo menos cinco bandidos participaram do plano para assassinar o traficante Eliston Aparecido Pereira da Silva, 51, morto com 13 tiros de pistolas 9 milímetros na manhã de sexta-feira (16) em Dourados, a 251 km de Campo Grande.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (19), o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia, informou que além dos dois pistoleiros presos sábado em São Paulo (SP), outros três criminosos já estão identificados. Dois são paraguaios e um é brasileiro.

Um deles estava na cena do crime e foi ferido no braço pelos tiros disparados por Eliston da Silva. Esse bandido teria fugido para o Paraguai, para buscar atendimento médico naquele país. Os outros dois participaram da elaboração e execução do plano criminoso.

O brasileiro Igor Franco Ortiz, 23, e o paraguaio Fábio Armindo Cabral Irala, 33, fugiram de ônibus para a capital paulista e foram presos em ação conjunta da Polícia Civil, do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Militar de MS e de SP e da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Dourados.

Ontem à tarde, eles foram trazidos no avião do Dracco de São Paulo para Campo Grande e transferidos de carro para Dourados (veja o vídeo acima).

Fita adesiva e abraçadeiras encontradas no carro abandonado por pistoleiros (Foto: Leandro Holsbach)
Fita adesiva e abraçadeiras encontradas no carro abandonado por pistoleiros (Foto: Leandro Holsbach)

Na entrevista coletiva, o delegado Erasmo Cubas afirmou o grupo de pistoleiros tinha como missão sequestrar, torturar e matar Eliston da Silva e a mulher dele. No Fox prata abandonado a 1.500 metros da casa das vítimas, foram encontrados alicate, fita adesiva, abraçadeiras conhecidas como “enforca gato” e até uma escada.

A polícia acredita que os bandidos tinham a intenção de entrar na casa escalando o muro e depois render Eliston e a mulher, para torturá-los e matar o casal. Segundo o delegado, as investigações mostram que a morte foi determinada por desacertos sobre tráfico de cocaína. Eliston teria perdido duas cargas de droga e estaria em dívida com a quadrilha.

Só que o plano inicial não foi colocado em prática porque Eliston estava saindo de carro no momento em que os pistoleiros chegaram. Segundo depoimento da mulher, ele estava levando a cachorra para o petshop.

Eliston foi atingido pelos dentro da picape Fiat Toro branca. Armado com uma pistola, ele trocou tiros com os bandidos e feriu um deles. Chegou a ser socorrido pela mulher ao Hospital Santa Rita, mas morreu antes de receber atendimento.

A Polícia Civil apreendeu duas pistolas na casa dele – uma 9 milímetros e uma 380. Ao contrário da primeira versão no dia do crime, a mulher disse em depoimento que não chegou a atirar nos pistoleiros. Ela confirmou que, ao ouvir os tiros, pegou a pistola que estava na casa e foi para a frente do imóvel, mas os bandidos já tinham fugido.

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